sexta-feira, 11 de julho de 2014

TeVê

TV paga

Estado de Minas: 11/07/2014



 (Groundswell Productions/Divulgação)

Sessão pipoca


Com uma atuação marcante de Richard Jenkins (foto), o filme O visitante se destaca hoje na programação, agendado para as 22h, na Cultura. Quero ser John Malkovich também, no mesmo horário, no Film&Arts. E ainda às 22h, o assinante tem mais oito opções: As horas vulgares, no Canal Brasil; Lenda urbana, no AXN; O amor custa caro, no MGM; O incrível mágico Burt Wonderstone, na HBO 2; Riddick 3, no Telecine Premium; Selvagens, no Telecine Action; Para maiores, no Telecine Fun; e MIB – Homens de preto 3, no Max Prime. Outras atrações da programação: O Besouro Verde, às 21h40, no Universal; Marte precisa de mães, às 22h30, no Megapix; e Lola, às 22h30, no Arte 1.

Bons documentários no
canal Curta! e no History


O documentário Os carvoeiros, em que o diretor Nigel Noble denuncia as precárias condições de vida de famílias que se sustentam com a produção de carvão vegetal para as multinacionais, é a atração de hoje, às 21h45, no canal Curta!. Mais tarde, às 23h30, é a vez de Ernesto “Che” Guevara: o diário da Bolívia, dirigido por Richard Dindo. Às 23h, no canal History, os poderes de cura e de comunicação dos xamãs são o tema do novo episódio de Alienígenas do passado.

Não pense ser fácil fazer
parte de uma orquestra


A arte de ser músico, de Rosí Fer, é o documentário que será exibido hoje no Sala de notícias, às 14h35, no canal Futura. A produção mostra o que é preciso para se tornar um concertista e integrar uma orquestra como  Sinfônica do Estado de São Paulo, a partir da trajetória de dois instrumentistas de diferentes naipes e suas experiências no palco da música clássica no Brasil.

Coletivation da MTV já
tem um novo repórter


O dançarino de hip hop e videomaker Paulo Chun estreia hoje como novo repórter do Coletivation, programa diário de variedades apresentado por Kéfera Buchmann e Patrick Maia, de segunda a sexta-feira, às 20h, na MTV. Chun começou sua carreira gravando, dirigindo e editando vídeos e videoclipes, como Nasce, cresce e morre, do rapper Terra Preta.


CARAS & BOCAS » Belezas do Brasil
Simone Castro

Viagens de Glória Maria são relembradas em programa de uma semana na TV paga (Matheus Cabral/TV Globo-17/12/13)
Viagens de Glória Maria são relembradas em programa de uma semana na TV paga

Estreia, na segunda-feira, no canal Viva (TV paga), Destino fantástico, programa que vai exibir algumas das muitas viagens realizadas pela jornalista Glória Maria quando ainda apresentava o Fantástico (Globo). O primeiro roteiro é o litoral do Ceará. Glória saiu de Jericoacoara e desembarcou na Vila de Bitupitá, quase na divisa com o Piauí. Ela recomenda o local “para quem gosta de solidão, tranquilidade e praia deserta”. No episódio da terça-feira, o cenário é a Amazônia e a jornalista confere a pesca esportiva em Barcelos, onde o objeto de desejo dos pescadores é o peixe tucunaré. O Rio Grande do Sul, na quarta-feria, é o destino certo para quem quer fugir do calor, indica Glória, que apresenta São José dos Ausentes. Ela elogia o tradicional café camargo e diz: “É o primeiro café do dia, com o leite direto da vaca. Um capuccino de luxo”. As atrações vão ao ar de segunda a sexta-feira, às 23h.

ALTEROSA NO ATAQUE E O
FINAL DA COPA DO MUNDO


Hoje, faltando dois dias para o encerramento da Copa do Mundo, o Alterosa no ataque analisa o que vem por aí com Brasil x Holanda, decidindo o terceiro lugar, amanhã, e Alemanha x Argentina, que brigam pelo título, com a última partida domingo, no Maracanã. O apresentador Jaeci Carvalho, crítico da Seleção Brasileira desde o início da competição, ainda questiona o vexame sofrido pelo time comandado por Felipão.

PSICÓLOGA DA SELEÇÃO
ESTARÁ NO RODA VIVA


Regina Brandão, psicóloga da Seleção Brasileira, é convidada de segunda-feira do Roda viva, exibido pela TV Cultura e Rede Minas. Ela vai falar sobre seu trabalho, especialmente junto aos jogadores, e o relacionamento com a comissão técnica. Entre os temas, claro, a eliminação do Brasil pela Alemanha, com o placar vexatório de 7 x 1, nas semifinais da Copa do Mundo, e o choro que tomou conta de muitos atletas quando da disputa de pênaltis no jogo contra o Chile.

VEM AÍ O PRIMEIRO CASÓRIO
GAY DE UMA TELENOVELA


Passada a polêmica do primeiro beijo gay entre mulheres – que não passou de um selinho – numa novela da Globo, o autor Manoel Carlos estaria programando para os últimos capítulos de Em família (Globo) o primeiro casamento homossexual da TV brasileira. Assim, Marina (Tainá Müller) e Clara (Giovanna Antonelli) subirão ao altar, em cerimônia íntima, reservada à família e a poucos amigos. Os padrinhos serão Cadu (Reynaldo Gianecchini), ex-marido de Clara, e Verônica (Helena Ranaldi), atual mulher do chef. Uma juíza celebrará a união, que deverá ser selada com novo beijo trocado entre as noivas. Tânia Mara, que canta a música tema do casal, Só vejo você, e é mulher do diretor-geral da trama, Jayme Monjardim, vai participar da cena executando, claro, a canção.
 (Reuters/Courtesy HBO/Handout-15/3/12)

MELHORES DA TV

Foi divulgada, ontem, a lista com os indicados ao prêmio Emmy, edição 2014. A série Game of Thrones, que tem no elenco, entre outros, Peter Dinklage (foto) e é exibida no Brasil pela HBO (TV paga), concorre em 19 categorias, como Melhor série dramática, Melhor ator coadjuvante (Peter Dinklage) e Melhor atriz coadjuvante (Lena Headey). Na categoria de Melhor atriz em série dramática, concorrem nomes como Julianna Margulies (The good wife); Claire Danes (Homeland) e Kerry Washington (Scandal). E na de Melhor ator em série dramática, Matthew McCounaghey e Woody Harrelson (True detective) e Kevin Spacey (House of cards). The big bang theory, Moderny family e Veep concorrem como Melhor série de comédia. Nas categorias de Melhor ator de comédia, disputam Jim Parsons (The big bang theory) e Don Cheadle (House of lies), e Julia Louis-Dreyfus (Veep) e Taylor Schilling (Orange is the new black), como Melhor atriz de comédia. Ao todo, são mais de 20 categorias e a premiação está marcada para 25 de agosto, em Los Angeles (EUA).

VIVA
Luiz Miranda, que manda muito bem em Geração Brasil (Globo), seja como a impagável Dorothy, ou quando “libera” o Dorival.

VAIA
Ufanista ao exagero e acima do limite tolerável, a Globo, agora, detona Felipão e companhia, numa verdadeira caça às bruxas.

Problemas no sono podem ser um alerta para o Alzheimer, diz estudo

Problemas no sono, um alerta para o Alzheimer Cientistas do Canadá reforçam a associação entre as noites maldormidas e o desenvolvimento de males neurodegenerativos, e destacam a importância de agir preventivamente diante do primeiro complicador


Vilhena Soares
Estado de Minas: 11/07/2014


 (Anderson Araújo/CB/D.A Press)


Recorrentes noites maldormidas podem ser sinais da destruição progressiva e irreversível de neurônios. O alerta é de pesquisadores da Universidade de Toronto. Segundo eles, o distúrbio comportamental do sono REM  – fase do sono quando ocorrem os sonhos – pode ser um pré-sintoma de enfermidades como o Alzheimer e o mal de Parkinson. Os autores do trabalho acreditam que esse indício serve como ajuda para o diagnóstico precoce de doenças neurais.

“Pela série de estudos que analisamos, vimos que problemas como o Alzheimer primeiro afetam as células do cérebro que controlam o sono REM. Em seguida, isso se espalha para outras áreas degenerativas”, destaca John Peever, professor associado do Departamento de Fisiologia da Universidade de Toronto e autor principal do estudo. Peever ressalta que ter o distúrbio comportamental do sono REM não é uma sentença de desenvolvimento de problemas neurológicos, mas a condição serve de alerta.

“É importante que os médicos reconheçam esse distúrbio como uma indicação potencial de doença cerebral a fim de diagnosticar pacientes em um estágio anterior”, justifica. O cientista cogita a possibilidade de criação de drogas que reduzam a neurodegeneração e possam ser prescritas para pacientes com o distúrbio do sono REM. “Assim, o tratamento pode ser iniciado mais cedo, ou seja, antes de os sintomas da doença começarem”, explica.

Gleison Guimarães, pneumologista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), acredita que a pesquisa possa auxiliar em novos tratamentos, mas ressalta que medicamentos para tratar o distúrbio de sono REM já são prescritos com sucesso. “Usamos clonazepan, pramipexole e melatonina no controle dos movimentos anormais, visto que uma das condições obrigatórias para classificar o sono REM é a atonia muscular.” Com a medicação, evita-se que, ao entrar nessa fase do sono, o paciente execute golpes, pule e realize outras práticas que o coloquem em risco ou as pessoas que estejam próximas a ele.

O especialista reforça ainda que não existem explicações mais claras sobre a ligação entre os dois problemas. “Não é seguro totalmente afirmar que exista uma relação causa/efeito definida. Na própria conclusão da pesquisa, define-se como necessária a realização de mais estudos randomizados, prospectivos, com populações mais homogêneas e sem fatores confundidores para que isso seja atribuído”, destaca.


Parkinson Neurologista e coordenador do Programa de Parkinson e Distúrbios de Movimento do Hospital São Lucas, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Andre Dalbem diz que, no caso do Parkinson, o transtorno do sono é considerado como um antecessor da doença, mas que outros fatores, como o histórico genético, são considerados pelos especialistas ao avaliar o paciente. Ainda assim, ele considera bem-vindos os estudos que reforçam a ligação entre os dois problemas (leia Saiba mais).

“Acredito que novos horizontes possam surgir caso esse tema seja estudado a fundo, não só quanto a possíveis medicamentos, mas como um auxílio na identificação da doença. O Parkinson é um transtorno de difícil diagnóstico, conseguimos chegar a ele somente quando está avançado, identificá-lo antes pode auxiliar em tratamentos”, destaca.

Gleison Guimarães também destaca que mais trabalhos poderão auxiliar em uma possível prevenção do desencadeamento de doenças causadas pelo distúrbio do sono. “Quando existe lesão celular, quando não há recuperação neuronal ou mesmo quando não tem fatores que dificultem ou impeçam essa regeneração, as doenças neurodegenerativas evoluem ou se instalam. Se há efeito terapêutico de substâncias que protejam ou promovam a saúde neural, sem dúvidas, temos valor nas pesquisas.”

Forma mais comum de demência neurodegenerativa, o mal de Alzheimer atinge principalmente idosos. Entre 60 e 65 anos, a prevalência é inferior a 1%. A partir dos 65, ela praticamente dobra a cada cinco anos. O Parkinson, na grande maioria dos pacientes, surge dos 55 aos 60 anos, sendo que a prevalência aumenta a partir dos 70.

Cérebro a mil

Ocorre na etapa do sono caracterizada pela intensa atividade cerebral, muito semelhante ao estado de vigília. Embora essa fase não resulte em um descanso profundo, ela é importante principalmente para a recuperação emocional. O distúrbio leva as pessoas a agirem como se estivessem no sonho. Gritos, choros, socos e pontapés são recorrentes, o que pode provocar fraturas e outros tipos de machucados na pessoa ou em que estiver próximo a ela. 

Saiba mais
Influência da dopamina 
A revista científica Lancet Neurology tem publicado regularmente estudos relacionando o distúrbio comportamental do sono REM com complicações neurodegenerativas. A dopamina, neurotransmissor relacionado a funções como memória, atenção, aprendizagem e sono, surge nesses estudos como peça-chave. Um trabalho do Hospital Clínico de Barcelona, divulgado em 2011, detalha as conclusões obtidas pela análise de exames de tomografia computadorizada de 40 pacientes durante três anos. A metade tinha distúrbios comportamentais do sono REM. A outra era saudável e formou o grupo de controle. Os cientistas observaram, no período, a presença de dopamina na substância nigra, área do cérebro responsável pela produção da dopamina. Constataram que, devido ao avanço da idade, os voluntários do grupo de controle sofreram uma redução na produção do neurotransmissor de 8%. No caso dos participantes com problema de sono, a diminuição média foi de 20%. Desses, três desenvolveram o mal de Parkinson.

INFECTOLOGIA » Terapia ameniza os efeitos da gripe

INFECTOLOGIA » Terapia ameniza os efeitos da gripe
Flávia Franco
Estado de Minas: 11/07/2014


A gripe afeta milhões de pessoas anualmente. Epidemias das versões comuns e das mais letais, como a temida gripe aviária, provocam todos os anos até 500 mil mortes no mundo, segundo Maziar Divangahi, pesquisador da Universidade McGill, no Canadá. Em busca de formas que amenizem o problema, ele propõe intervenções sobre a ação da molécula prostaglandina, o PGE2, aumentando, assim, a taxa de sobrevivência de infectados.

O estudo, publicado na revista Immunity, foi desenvolvido com camundongos, que receberam doses letais de H1N1, o vírus da influenza A, também chamada de gripe aviária. A inibição do PGE2 auxilia no combate a doenças decorrentes de infecções virais porque reduz a morte dos macrófagos, células integrantes do sistema imunológico. Quando a ação do PGE2 é inibida, essas células conseguem cumprir a função com mais intensidade, reduzindo a quantidade de vírus nos pulmões. “Os resultados abrem as portas para tratamentos altamente efetivos não só contra a influenza, mas também contra outras formas de infecções virais”, avalia Divangahi.

O infectologista Alberto Chebabo concorda com Divangahi que o estudo amplia as linhas de investigação, mas faz ressalvas pelo fato de que ainda é preciso comprovar a eficácia da terapia proposta com humanos. “Novos estudos são necessários para comprovar esse estudo atual, e drogas deverão ser pesquisadas para atuar diretamente na inibição do PGE2”, aponta.

Segundo Divangahi, a busca por remédios que visam especificamente aos caminhos do PGE2 não é novidade entre os cientistas. Ele afirma que medicamentos desse tipo foram desenvolvidos e até testados em animais, o que colabora para que o estudo canadense prossiga para testes clínicos em humanos.

Aspirina Um exemplo de medicamento autorizado e que provoca a inibição da prostaglandina é a aspirina. “Na pandemia de 1918, também conhecida como gripe espanhola, ela teve muito sucesso como alternativa de tratamento”, afirma Ricardo Martins, pneumologista do Hospital Universitário de Brasília (HUB). “O que esses pesquisadores do Canadá fizeram foi pegar uma fração da ação da aspirina para combater a destruição de células de defesa”, compara.

Segundo Martins, um dos motivos para a eficácia do tratamento por inibição do PGE2 proposto pela instituição canadense está relacionado ao fato de que, reduzindo a liberação da prostaglandina, diminui-se a eliminação de células de defesa do organismo.

“Medicamentos que visam inibir todos os tipos de prostaglandina impedem toda a cadeia inflamatória, e isso pode tornar a pessoa mais sensível a outros agentes de infecções. Mas o interessante de inibir apenas o PGE2 é que, além de combater a influenza, existe um potencial para usar essa linha contra outros tipos de infecção”, comenta.

Eduardo Almeida Reis - Números‏

Não bastasse a maluquice do petabyte, existe o exabyte, termo usado em tecnologia para um quintilhão de bytes.


Eduardo Almeida Reis
Estado de Minas: 11/07/2014




A neurologia estima que o cérebro humano possa guardar 2,5 petabytes de lembranças. Resta saber o que é um petabyte, para que o leitor e o philosopho possamos avaliar a quantidade de lembranças guardadas. Pois muito bem: um petabyte é o nome de um quatrilhão de dados ou mil trilhões (1015).

Não bastasse a maluquice do petabyte, existe o exabyte, termo usado em tecnologia para um quintilhão de bytes. Somente no ano de 2006 foram criados 161 exabytes, que correspondem a “três milhões de vezes todos os livros já escritos”. Quintilhão é o 10 elevado à 18ª potência.

Cuidemos, agora, do zettabyte, equivalente a um sextilhão de bytes. Toda a World Wide Web, até o fim do ano passado, equivalia a 4 zettabytes. E tudo que já foi falado pelos seres humanos em todos os tempos, incluindo as brigas dos casais e as narrações esportivas, deve ter chegado aos 42 zettabytes. Duvido que alguém possa contestar os números do maluco que calculou esses 42 zettabytes.

Tem mais: um yottabyte equivale a um septilhão de bytes. Cada septilhão representa mil sextilhões (1024). Se um yottabyte fosse armazenado em discos rígidos de um terabyte, ocuparia um milhão de data centers, cada qual do tamanho de um quarteirão. Esses data centers ocupariam toda a área dos estados norte-americanos de Rhode Island e Delaware.

Compete ao leitor procurar no Google as áreas territoriais de Rhode Island e Delaware para continuar se divertindo com os bytes, que a comadre acaba de chegar com os jornais, vou tomar outro café e acender o primeiro charuto do dia: são 8h40 de um dia muito frio.

Econotimismo

É consensual entre os melhores economistas que o seu afamanado colega Guido Mantega, nascido em Gênova, é muito fraco. Gênova – Zena em lígure, língua pré-indo-europeia falada pelos antigos ligustinos – é uma cidade italiana que tem hoje 1.500.000 habitantes na área metropolitana além de importante porto marítimo, que rivaliza com Marselha na disputa pelo melhor porto do Mar Mediterrâneo.

Mesmo não tendo nascido em Bolonha, a 289 quilômetros de Gênova por autoestrada, Mantega parece ter inventado a economia à bolonhesa, do sugo alla bolognese, molho feito com carne de vaca moída, tomate e outros vegetais para acompanhar o tagliatelle al sugo. Sim, porque a receita originária de Bolonha é preparada em toda a Itália e tem tomate, fruto do tomateiro que bagunça os planos do ministro naturalizado brasileiro, que deve ter passaporte italiano pensando nos seus filhos, a exemplo da excelentíssima senhora Marisa Letícia Lula da Silva, nascida Marisa Letícia Rocco Casa.

Parece-me, e o leitor concordará comigo, que Guido Mantega inventou o econotimismo, economia misturada com otimismo, disposição para ver as coisas pelo lado bom e esperar sempre uma solução favorável, mesmo nas situações mais difíceis.

A teoria do econotimista se resume na repetição, aparentemente sincera, de que o próximo trimestre será melhor que o atual. Mesmo porque, parece impossível que o próximo seja pior. Assim, a economia à bolonhesa vai mantendo Guido Mantega no cargo de ministro per omnia saecula saeculorum, amém nós todos.

Divinopolitana

Senhoras nascidas em Divinópolis do Tocantins, TO, ou em Divinópolis de Goiás, GO, são divinopolinas, enquanto a escritora e poetisa Adélia Prado, nascida em Divinópolis, MG, no ano de 1935, é divinopolitana. Raramente vi depoimento de tamanha lucidez como o dela no Roda-Viva sobre a atual situação brasileira. Desmentiu aquilo que se diz dos poetas – e Adélia é das melhores –, que vivem no mundo da lua. A divinopolitana tem os pés plantados no chão dos mineiros, que é também o dos brasileiros, e vê as coisas como devem ser vistas.

Formada em filosofia, seu filosofar é perfeito. Impossível desmentir uma linha, discordar de uma ideia em sua análise sobre a situação atual deste país grande e bobo. Lavei a alma. Muito obrigado.

O mundo é uma bola

11 de julho de 1533: o papa Clemente VII excomunga o rei Henrique VIII. Clemente VII (1478-1534), nascido Giulio di Giuliano di Medici, era filho bastardo de Giuliano di Medici, assassinado na conspiração Pazzi contra os Medici. Seu tio era o famoso Lorenzo di Medici, Il Magnífico, mecenas de artistas como Rafael e Miguel Angelo. O papa morreu envenenado depois de comer um cogumelo altamente tóxico. Apesar de a Wikipédia ser omissa, Clemente VII, nos quadros que nos chegaram, tem cara de gostar de mulheres.

Em 1711, com a criação da Capitania de São Paulo e Minas, desmembrada da Capitania do Rio de Janeiro, a vila de São Paulo é transformada em cidade de São Paulo e hoje assombra o mundo com seus engarrafamentos de centenas de quilômetros. Em 1822, Miguel I, de tendência absolutista, é aclamado rei de Portugal. Miguel Maria do Patrocínio João Carlos Francisco de Assis Xavier de Paula Pedro de Alcântara António Rafael Gabriel Joaquim Gonzaga Evaristo de Bragança e Bourbon, sétimo filho de dom João VI, era tão ignorante que se assinava Migel.

Em 1978, um caminhão-tanque explode no camping de Los Alfaques, Catalunha, Espanha, matando 217 pessoas e ferindo gravemente outras 300.

Brasucas

Brasucas
Publicação: 11/07/2014


 (YASUYOSHI CHIBA/AFP - 24/6/14)

Luis Suárez tem pena mantida

A Fifa rejeitou ontem a apelação do atacante uruguaio Luis Suárez (foto) e confirmou a punição severa dada ao jogador por ter mordido o zagueiro Giorgio Chiellini durante o jogo contra a Itália pela Copa do Mundo. A entidade suspendeu o jogador por nove partidas com a Celeste e o baniu de qualquer atividade relacionada ao futebol por quatro meses, além de multá-lo em 100 mil francos suíços (R$ 245 mil).


Maraca com volta adiada


O consórcio que administra o Maracanã anunciou que o estádio precisará de mais tempo para voltar a receber partidas do Campeonato Brasileiro. A decisão foi um acordo entre o Comitê Organizador Local, a Secretaria da Casa Civil e a concessionária do estádio, que concluíram que será necessário um período maior para a remoção das instalações complementares usadas na Copa do Mundo. A previsão inicial era de que dia 19 o local fosse reaberto para partidas do Brasileiro. Mas o retorno vai ocorrer com o clássico entre Botafogo e Flamengo, em 27 de julho, pela 12ª rodada da competição.

Ajuste

As arquibancadas provisórias do Itaquerão começam a ser retiradas hoje e as obras não impedirão o estádio de receber partidas do Campeonato Brasileiro. A estrutura foi construída para a Copa do Mundo e aumentou a capacidade do estádio em quase 20 mil lugares. Sem o setor provisório, a lotação da arena é de 48 mil pessoas. O estádio vai voltar a sediar um jogo do Campeonato Brasileiro dia 17, quando o Corinthians enfrenta o Internacional. O prazo para a desmontagem das cadeiras é de 120 dias.


Despedida
O técnico da Coreia do Sul, Hong Myung-bo, pediu desculpas ao país e anunciou sua renúncia ao cargo ontem, assumindo a culpa pela eliminação precoce dos sul-coreanos no Mundial na primeira fase. O anúncio ocorre uma semana depois de Huh Jung-moo, vice-presidente da Associação Coreana de Futebol, ter dito que não havia aceitado a demissão do treinador e o havia convencido a ficar à frente da Seleção Sul-coreana pelo menos até a Copa da Ásia, ano que vem, na Austrália.

Estratégia

 Pensando em alavancar sua candidatura a sede da Copa do Mundo de 2026, o Canadá decidiu receber o Mundial Sub-20 Feminino deste ano e o Mundial Feminino de 2015. A organização das duas competições foi confirmada ontem pelo presidente da Associação Canadense de Futebol, Victor Montagliani. Apesar de o Mundial de 2026 ter como destino provável um país europeu, a Concacaf tem feito lobby junto à Fifa para tentar levar a Copa para a América do Norte. Estados Unidos, México e Canadá já manifestaram interesse em sediar o torneio.


Contratação


 (MARTIN BERNETTI/AFP - 28/6/14)

R$ 133 milhões

Valor que o Arsenal pagou ao Barcelona para ter o atacante Alexis Sánchez (foto), um dos destaques do Chile no Mundial, de acordo com a BBC. O clube inglês não revelou os detalhes da negociação.

Um dia com artistas na Cracolândia

Fonte: Revista Piauí

Pedra e poesia

Um dia com artistas na Cracolândia
por Adriana Abujamra
A dependência do crack fez Morgana perder a guarda da filha. Bob, um vira-lata encardido que ela chamava de “meu anjo de patas”, nunca mais deu as caras. Seu companheiro, um mestre de capoeira que ela tirou do crime e virou o galã do pedaço, escafedeu-se também. Nome de bruxa ela tem, mas não descobriu mandinga que o traga de volta. Morena, com traços indígenas e cabelos lisos e compridos até a cintura, Morgana não é de se jogar fora. Mas as marcas nos braços e nas pernas traem o que lhe rói por dentro. Ela costuma cortar a própria carne à navalha.
Morgana passa boa parte dos seus dias na Cracolândia, a região degradada do Centro de São Paulo em que dependentes de crack se reúnem ao ar livre para consumir a droga. Numa tarde de sábado em junho, ela estava ali sentada no chão quando as atrizes Vera Abbud e Juliana Gontijo se aproximaram. Juliana abriu uma pequena caixa de madeira cheia de papéis coloridos dobrados e pediu que Morgana escolhesse um. Ela pegou um papel, abriu e viu a palavra “estrela” escrita ali. Juliana recitou então um poema de Manuel Bandeira:
Onde está a estrela da manhã?
Meus amigos, meus inimigos
Procurem a estrela da manhã.
Morgana, que já estava com os olhos esverdeados mareados, desandou a chorar. Uma colega sentada ao seu lado tentou confortá-la. “A vida é assim. Deu certo, beleza. Não deu, paciência”, disse, a boca sem vários dentes aberta num sorriso e com os lábios cobertos de batom. “E olha, sempre vai ter alguém que te ache bonita”, arrematou enquanto lambuzava as pernas com creme hidratante. Guardou o tubo numa bolsa cheia de cosméticos e pegou um frasco de rímel para pintar os olhos. Produto de beleza ela compartilha com Morgana, mas cachimbo de crack cada uma que garanta o seu. “Não peço e não dou”, foi logo avisando.
As duas atrizes trocaram mais dois dedos de prosa com Morgana e sua amiga. Vera, que tinha um violão pendurado no ombro, sacou uma canção de Itamar Assunção antes de se despedir:
Sei dos caminhos que chegam,
Sei dos que se afastam
Conheço como começa,
Como termina o que faço
Só não sei como chegar
Ao nosso próximo passo.
Durante três semanas, Vera e Juliana participaram de um projeto da companhia de teatro Pessoal do Faroeste, que organizou uma turma de dez artistas para levar música, poesia e dança à Cracolândia. O objetivo das intervenções era reduzir os danos causados pelo crack e diminuir o sofrimento dos dependentes da droga, nem que fosse por alguns minutos. Batizado de Luz Solar, o projeto foi desenvolvido em parceria com o programa “De Braços Abertos”, lançado em janeiro pela Prefeitura de São Paulo para oferecer assistência aos dependentes.

Muitos se acostumaram com a presença das atrizes na região. Bastava a dupla aparecer com o violão e a caixinha de madeira para Paulinha vir correndo. Conhecida como Calopsita por causa do corte de cabelo, raspado nas laterais e todo espetado no meio, a moça já fugiu de três internações para tratar o vício e voltou à Cracolândia em todas as ocasiões. “Aqui tem tudo que gosto”, disse. “Mulher, rock e drogas.”
“Olha só! Hoje você está toda de mulherzinha, vestindo até camiseta com a cor rosa”, provocou um travesti quando ela chegou. Paulinha sorriu, abaixou os óculos escuros espelhados até a ponta do nariz e respondeu olhando nos olhos da outra, com um sorriso maroto. “Tô mesmo bem mulherzinha. Só hoje apanhei três vezes.” Como prova, exibiu um furo que a namorada fez com um alicate de unha em seu braço, um arranhão perto dos olhos e uma marca roxa na perna.
Voltando-se para as duas atrizes em busca de simpatia, Paulinha atribuiu as agressões a um ataque de ciúmes da namorada. Vera brincou com ela: “Também, com você andando com 500 mulheres por aí, a oficial tem toda a razão para ficar cabreira.” Paulinha estufou o peito, toda gabola, e a atriz começou a dedilhar no violão, como um convite ao canto. Com a voz que era um fiapo, de quem já queimou muita pedra de crack, a garota arriscou uma canção de Seu Jorge:
Tive razão, posso falar
Não foi legal, não pegou bem
Que vontade de chorar, dói.
Paulinha cantou marcando o compasso com o dedo indicador em riste e balançando o corpo, alternando o peso sobre as pernas a cada movimento. Vera a acompanhou ao violão, enquanto Juliana, segurando sua caixinha, seguia o ritmo com a cabeça. A canção teve que ser interrompida algumas vezes, porque Paulinha esquecia a letra. “Tô sequelada”, desculpava-se, antes de retomar o fio da meada.
Aos poucos, a roda foi ganhando novos participantes. Um sujeito vestindo gorro com o desenho do músico jamaicano Bob Marley apareceu com uma gaita. Outro apenas parou ali e acompanhou o ritmo com o pé. O som de uma sirene atrapalhou a música quando uma ambulância do Samu estacionou por perto e os funcionários pegaram a maca para recolher um usuário que passara mal no meio da rua.
Uma mulher, com a foto 3x4 do filho na mão, apareceu perguntando se alguém sabia do paradeiro do rapaz. Ninguém tinha notícia. Uma moça, toda tatuada e com um skate na mão, aproximou-se das duas atrizes e pediu “cinco contos”. Em vez de dinheiro, Vera e Juliana ofereceram poesia e música. Feito. A garota aceitou a proposta. Pegou o microfone imaginário da mão de Paulinha e, “dando uma de MC”, como disse, improvisou um rap na hora:
Ei, me responde
Se você discrimina a mina
O crack
Se ela passa fome
Se gosta de mulher ou gosta de homem
Fuja do preconceito
Viva a união racial
Agora, me passa 1 real?
“MC” agradeceu as atrizes e os aplausos inclinando o tronco para a frente. Jogou o skate no chão, pulou sobre ele e pegou embalo se agarrando à traseira de um ônibus que passava. 

Das cenas que ficaram - Carlos Herculano Lopes‏

Das cenas que ficaram
Carlos Herculano Lopes

carloslopes.mg@diariosassociados.com.br
Estado de Minas: 11/07/2014


Das cenas que ficaram desta Copa do Mundo, porque para nós ela terminou depois daquela humilhante derrota frente a Alemanha, na terça-feira, em pleno Mineirão, deixo aleatoriamente registrada, antes que se perca na memória, a euforia dos primeiros jogos, quando milhões de brasileiros, de variadas cores e credos, se vestiram de verde e amarelo e, com todas as forças, torceram pelo país. No aeroporto de Confins, onde estive fazendo matéria para o Estado de Minas, testemunhei como uma família inteira, de Ribeirão das Neves, se acotovelava entre as grades de um alambrado junto a outros torcedores. A esperança era de, pelo menos – já que o povo, devido ao preço dos ingressos, parece ter sido mesmo banido dos estádios – poder ver decolar o avião da Seleção depois do jogo contra o Chile.

Naquele mesmo aeroporto, um casal de namorados de Trinidad e Tobago, cujos nomes já me esqueci, e que tinha vindo ao Brasil assistir aos jogos, não conseguiu disfarçar a alegria ao ser abordado pela reportagem. “Sabem onde fica o nosso país? Ele é bem pequeno, vocês sabem?”, insistia em perguntar a moça, ao mesmo tempo em que, orgulhosamente, agitava uma pequena bandeira com as cores nacionais. “Daqui seguimos para Salvador. Depois, queremos conhecer Maceió e Fortaleza”, revelou o rapaz.

Já na Praça da Savassi, onde estive depois do jogo da Colômbia com a Grécia, que também ocorreu no Mineirão, pude observar quando centenas de colombianos, perfeitamente integrados com os brasileiros, bebiam cerveja e cachaça, paqueravam as garotas e cantavam músicas do país. Identificaram-se tanto com alguns da casa, que vários chegaram a ser presos roubando celulares ou batendo carteiras.

 Em um boteco na Rua Fernandes Tourinho, numa mesa ao lado da nossa, um moço colombiano, que disse se chamar Arturo Pérez – e com o qual entabulamos conversa – contou que era de Medellin. “Mas hoje a cidade está em paz, graças a Deus”, falou de repente, após propor um brinde. Um conterrâneo, que estava sentado a seu lado, sorriu sem graça – como se aquele comentário não precisasse ter sido feito.

 Ainda na Savassi, dando um giro pelas ruas depois do fracasso contra a Alemanha, pude perceber também que cidadãos daquele país, talvez por medo de sofrer alguma agressão, respeito, ou por não estar acreditado na vitória, comemoravam de forma discreta. Era como se nos pedissem desculpas. Segundo Eduardo Galeano narrou em um dos seus livros, algo semelhante teria se passado em 1950, quando o craque da Seleção Uruguaia Obdulio Vare la, que liderou a vitória no Maracanã, foi encontrado horas depois do jogo em um bar no Centro do Rio. Consta que chorava abraçado a torcedores brasileiros.

Em compensação, depois que a Argentina despachou os holandeses na quarta-feira, levando o país a disputar, no domingo, a final da Copa contra os alemães, também pude ver, ainda na Savassi, quando uma torcedora daquele país, uma menina simples, com traços indígenas, que por ali vende bijuterias, gritava e chorava de alegria, como se aquela vitória significasse, para todo o sempre, a redenção de suas penas.

De todas as cenas que ficaram dessa copa, da qual devemos tirar muitas lições (de humildade, sobretudo), uma outra, bem singela, também ficou marcada na minha memória: a de um garoto de uns 8 ou 10 anos, quando muito, abraçado ao pai num bar da Avenida Amazonas, logo depois do fim do jogo contra a Alemanha. Aos prantos, o menino se mostrava inconformado com a derrota, talvez a primeira da vida, enquanto seu pai, sem saber o que fazer – e quem sabe tão triste como ele – lhe afagava os cabelos. 

BOMBA DO JAECI » Bronca para todos e Cafu sem acesso

"A dupla que comanda a CBF quer começar do zero e buscar nova mentalidade capaz de devolver ao futebol nacional o prestígio que ele perdeu ao longo do tempo"


Jaeci arvalho
Estado de Minas: 11/07/2014



 (NÉLSON ALMEIDA/AFP %u2013 29/5/14)

O presidente da CBF, José Maria Marin, foi ao vestiário brasileiro depois da humilhante goleada de 7 a 1 para a Alemanha, e se disse decepcionado com o time e o comando. Afirmou que esperava no mínimo que o Brasil chegasse à final ou perdesse com dignidade. Felipão e cia. ouviram quietos e calados. O cartola lembrou que deu todo o apoio ao grupo e não admitia que a comissão técnica desse entrevista declarando se sentir abandonada. Quando Cafu, capitão do penta e jogador que mais vestiu a camisa da Seleção, tentou entrar no local para consolar o time, foi barrado. Marin cobrou ainda dignidade na disputa do terceiro lugar. Ao deixar o recinto, confidenciou a amigos que Felipão e Parreira foram aposta errada e se confessou decepcionado consigo mesmo pela escolha.

Depois da suspensão, o desemprego
Embora ainda não saiba oficialmente, o diretor de comunicação da CBF, Rodrigo Paiva, será demitido na terça-feira. Suspenso por quatro jogos pela Fifa por ter dado um soco no atacante chileno Pinilla, ele irritou o próximo presidente da entidade, Marco Polo del Nero, que nunca foi seu fã e só o manteve a pedido do ex-presidente Ricardo Teixeira. Serão também afastados alguns diretores e assessores, além, claro, da comissão técnica, inclusive médicos e massagistas. A dupla que comanda a casa quer começar do zero e buscar nova mentalidade capaz de devolver ao futebol nacional o prestígio que ele perdeu ao longo do tempo.

Estrangeiro na mira: Tite no telhado
Quanto ao substituto de Felipão, Del Nero revelou a pessoas de sua intimidade que vai repensar o nome de Tite, por entender que os treinadores gaúchos estão ultrapassados e sem novidades táticas. Embora não admita publicamente, a assessores diretos diz que já pensa na possibilidade de um estrangeiro. Ele elogiou a Seleção Colombiana, comandada pelo argentino José Pékerman. Del Nero e Tite têm um acerto verbal, feito em abril, durante jantar em São Paulo. Mas se nem acerto com assinatura vale no futebol, imaginem sem ela... Um dos homens da confiança do dirigente lembrou que ele ajudou a derrubar o Atlético para a Série B, assim como Felipão colaborou para a queda do Palmeiras, clube do coração do cartola.

Jogo de consolo não!
A CBF recebe por jogo uma carga de ingressos, porque o Brasil é sede do Mundial. Nos jogos da Seleção, todos os presidentes de federações e alguns de clubes ganharam entradas, com direito a levar as famílias. Para amanhã contra a Holanda, na disputa do terceiro lugar, os pedidos escassearam. Alguns fiéis colaboradores da dupla Marin-Del Nero fazem questão de ficar ao lado deles neste momento de fracasso. Mas a maioria sumiu.

'Faxineiro' de mudança
Marco Polo del Nero só assumirá a CBF em abril de 2015, mas tem carta branca de Marin para fazer uma limpeza na casa e mudar o que quiser. Ele já afastou alguns diretores, que perderam cargo, mas não o salário de R$ 70 mil mensais, substituindo-os por gente de sua confiança. Como tem apartamento no Rio, pretende se mudar de vez para lá no segundo semestre. Com isso, a Federação Paulista de Futebol será tocada por seu braço direito, o vice Reinaldo Carneiro Bastos.

Artilharia pesada
O deputado federal Romário, ex-atacante da Seleção, desancou Marin e Del Nero, dizendo que a dupla deveria “estar na cadeia”. Mas os cartolas mandaram vasculhar a vida do ídolo e anunciam o troco. Essa briga vai longe...

ZONA MISTA » O que vier é lucro Kelen Cristina

Estado de Minas: 11/07/2014 


 (Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)

Sorrisos para todo lado, treinador fazendo piada com atleta, jogador tirando onda de declaração polêmica de companheiro... É nesse clima descontraído que a Seleção Argentina se prepara para buscar o tricampeonato da Copa do Mundo. Em seu último trabalho aberto à imprensa em Belo Horizonte antes da viagem para o Rio de Janeiro, não se sentiu nenhum pingo de tensão no ar. Pelo contrário. É uma Argentina bem relaxada, que já tem a sensação de dever cumprido, que a Alemanha vai encontrar domingo, no Maracanã.

O que tirou o peso do ombro dos argentinos foi a meta estabelecida para a campanha no Brasil. O grande objetivo da alviceleste era passar das quartas de final. Em português claro, o que vier agora é lucro. “É um sonho estar na decisão. Mas o que este grupo já fez é impressionante e independentemente do que ocorrer na final, estaremos com a consciência tranquila”, disse Maxi Rodríguez.

Sabella e seus comandados sabem que serão recebidos como heróis na volta para casa. E talvez aí esteja a origem de tantos sorrisos – e um grande trunfo para a decisão. Depois de uma conversa com os jogadores, no campo, o comandante foi efusivamente aplaudido. Fez uma brincadeira com o atacante Lavezzi (foto), e arrancou risadas de todos. Na entrevista coletiva da qual participaram Rodríguez e Sergio Agüero não foi diferente. Perguntas que poderiam gerar polêmica foram respondidas com bom-humor e até uma pitada de ironia – como quando os jogadores foram questionados por um repórter sobre a declarada torcida de Neymar para a Argentina. “Não, obrigado”, sintetizou Agüero, sem se preocupar com diplomacia e fazendo jus à fama de marrentos que carregam os hermanos mundo afora.

 (Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)

Homenagem
Antes da entrevista coletiva, jogadores e jornalistas foram convidados a fazer um minuto de silêncio pela morte do repórter argentino Jorge López, em um acidente de carro na madrugada de quarta-feira, em São Paulo. Em seguida, todos aplaudiram, emocionados. López era amigo de Messi, que até dedicou a ele a vaga na decisão da Copa.


Creedence na torcida
Os argentinos têm a bênção oficial da banda norte-americana Creedence Clearwater Revival para soltar a voz no Maracanã, domingo. Em entrevista ao jornal Clarín, o baterista Doug Clifford se disse honrado por ver que uma das composições do grupo serviu de inspiração para o cântico que se tornou hino dos argentinos em gramados brasileiros, “Brasil, decime qué se siente”, baseado em Bad Moon Rising. E o músico foi além: “Os fãs do Creedence na Argentina sabem que Bad Moon Rising mete medo nos corações dos rivais na Copa do Mundo”.


Segredo de estado

Apesar de não haver uma cobrança exacerbada na conquista do título, alguns jogadores argentinos fizeram promessa para a conquista da taça. Quem levantou a bola foi Agüero, que assegura não fazer parte desse grupo. Ele, no entanto, entregou o milagre sem revelar o santo, mantendo em sigilo o nome dos companheiros que lançaram mão do artifício. O atacante deve saber que uma das receitas para o êxito da promessa é não revelá-la antes do objetivo alcançado.


Sequelas de Mascherano

Uma declaração no mínimo curiosa de Mascherano depois da vitória nos pênaltis sobre a Holanda, nas semifinais, virou assunto na imprensa e também na mesa de refeição da Seleção Argentina, ontem. “Não quero ser grosseiro, mas rasguei o ânus na jogada com Robben”, disse o volante da alviceleste, sem muito pudor, ao explicar a feição de dor depois de um carrinho salvador, que evitou o gol do holandês, que estava cara a cara com o goleiro Romero. “Pensávamos que ele tinha sentido cãibra. No almoço ele nos contou que havia até dito para a imprensa. Acontece com vários defensores que se jogam no chão com frequência. Deve doer”, disse Agüero, sendo interrompido por Maxi Rodríguez: “Nunca aconteceu com você?”. E o atacante rebateu: “È por isso que não me atiro em campo”.


Imbróglio idiomático
O zagueiro da Alemanha Hummels foi às redes sociais ontem tentar desfazer o que, segundo ele, foi um erro de tradução ou de interpretação de suas palavras. “Não posso imaginar que eu disse ‘concordamos em fazer um pacto para não humilhar o Brasil’ ou algo do tipo. Não falo dos meus adversários dessa maneira. Ficamos concentrados e não queríamos humilhá-los foi  o que eu quis dizer (e disse, espero)”, tuitou. Em seguida, ele fez uma mea-culpa, em tom de brincadeira: “Talvez eu deva voltar às aulas de inglês”.