terça-feira, 29 de julho de 2014

Escolha suas “armas”

EM 10 ANOS, A REVISTA TÊNIS já avaliou inúmeras raquetes, cordas e bolas. A cada edição, sempre buscamos testar modelos emblemáticos e especialmente lançamentos de mercado para mostrar a vocês, leitores, do que esses equipamentos são capazes. Agora, ao completar 11 anos, decidimos realizar, pela primeira vez, nosso Guia de Raquetes. Para isso, avaliamos 27 raquetes de seis marcas diferentes, sendo que todos os modelos estão presentes no mercado brasileiro.
Para realizar essa tarefa, editor e subeditor da revista, Arnaldo Grizzo e Matheus Martins Fontes, passaram horas e horas em quadra, testando cada uma delas, analisando minuciosamente cada detalhe, cada batida, cada voleio, cada saque. Em um trabalho que levou alguns meses, conseguimos reunir as informações e, muito além de dizer se uma raquete é boa ou ruim, percebemos que, na verdade, cada raquete pode servir a um estilo.
Para se ter um parâmetro, nossos avaliadores têm nível entre 3a e 4a classe da Federação Paulista de Tênis e jogam tênis desde a infância, sendo que Arnaldo está próximo dos 35 anos e Matheus no auge dos seus 24 anos. Ou seja, esses dois perfis já seriam suficientes para abarcar uma ampla faixa de jogadores, porém, ainda assim, mais do que verificar se os modelos se encaixavam em nossos estilos, batiam com nossos gostos, esforçamo-nos para compreendê-los. Sendo assim, não descartamos raquetes leves e grossas com as quais não estamos acostumados a jogar, por exemplo. Jogamos com elas, e todas as outras, com o espírito de entender o seu propósito. Pois, no fim, não existe raquete ruim. Ela pode não se encaixar no seu estilo, isso sim.

Marcas e modelos

Então, para reunir os modelos aqui apresentados, entramos em contato com os representantes de todas as marcas presentes no Brasil, solicitando que nos enviassem suas raquetes de teste. Em alguns casos, como há muitos modelos, preferimos, nós mesmos, pré-selecioná-los Em outros, como nos casos da Pacific, Völkl e Yonex, por exemplo, não tivemos resposta de seus representantes. Em outros ainda, avaliamos os poucos modelos que as marcas conseguiram nos enviar. Portanto, se você sentir falta de alguma raquete, pode ser que ela esteja aqui na próxima edição deste guia.
No entanto, acreditamos que os 27 modelos avaliados nas páginas a seguir oferecem uma excelente diversidade do que você pode encontrar no mercado, com diferentes perfis e estilos, e um deles certamente vai se encaixar no seu jogo. Para isso, apontamos algumas das especificações, como peso e padrão de cordas, além da sugestão de preço fornecida pelas próprias marcas. Também decidimos colocar em gráficos os parâmetros como potência, controle e conforto, por exemplo, para que você possa comparar melhor os modelos. Ao final, indicamos qual o estilo de jogador que melhor se encaixa com aquele modelo.
Gostou de alguma? Faça seu próprio teste e bom jogo!

É evidente o porquê de Rafael Nadal ter se acostumado tão facilmente com a AeroPro Drive. O perfil ideal é: jogue com bastante efeito. No teste, percebeu-se que essa raquete, mesmo trincada, aumenta a firmeza e potência nas batidas recheadas de topspin mesmo com swings curtos. Para quem tem empunhaduras mais acentuadas (como Nadal), ela permite – tanto em bolas próximas quanto afastadas do corpo – despachar os golpes com extrema velocidade. Sua bola vai entrar com um efeito absurdo do outro lado, não importa onde ocorrer o impacto (o sweetspot é enorme). Por falar em efeito, o slice também não pode ser esquecido. Como a raquete “corta o ar” rapidamente, permite executar com extrema facilidade as “estilingadas” na transição para a rede. Nos voleios, as bolas são amortecidas, mas tome cuidado para não perder o controle em bolas que exijam maior deslocamento. No saque, por mais que seja equilibrada, a raquete parece ter peso levemente voltado para a cabeça, facilitando as alavancas e a fluidez do movimento.
Indicação
Intermediários e avançados que abusam (ou necessitam) de topspin nas batidas e gostam de respostas firmes e rápidas.

Uma raquete típica da família Babolat, bem leve, que gera bastante potência e tem equilíbrio com peso totalmente voltado para a cabeça. Se você é partidário do estilo clássico e bate com empunhadura Continental, essa é a ferramenta certa para disparar um tapa já na devolução. Em contrapartida, por não ser tão apropriada para gerar spin, suas bolas tendem a não ganhar tanta profundidade. Não é recomendada para jogadores com empunhaduras acentuadas (como a Western), tampouco swings longos – que perderão o controle no fundo. O fato de a raquete ser leve também ajuda na execução de slices, por mais que não sejam aqueles de “morder” a quadra. Na rede, o manuseio é fácil e permite que as bolas sejam amortecidas na trama, porém você terá um pouco de trabalho para controlar os voleios mais afastados do corpo. O peso na cabeça e, novamente, a leveza do conjunto fazem com que as alavancas do saque sejam realizadas com muita fluidez, gerando velocidade no golpe (especialmente chapados).
Indicação
Para iniciantes e jogadores de mais idade com swing curto e, principalmente, os que usam empunhadura Continental.


O nome já diz, uma raquete de puro controle. O peso completamente voltado para o cabo exige muita força para se gerar topspin, principalmente nas bolas mais baixas, por isso ela é recomendada para tenistas avançados e competitivos, para quem já tem força e técnica apuradas. É uma raquete de resposta rápida (em comparação com raquetes de perfil parecido, de marcas similares), de estilo clássico, com aro fino e sweetspot pequeno e concentrado no centro da cabeça. Ou seja, se atrasar um pouco o movimento, perderá o controle. Em compensação, quem acerta a bola “na veia”, terá a certeza de precisão e conforto. Por sua vez, o slice não ganha tanta profundidade em quadra. Mas quando você encontra o “timing” no manuseio, consegue muito controle e segurança nos voleios e toques. No saque, o esforço é mais uma vez necessário para gerar potência, porém, uma vez completo o movimento, o fundamento sai firme e pesado da trama da sua raquete.
Indicação
Para jogadores avançados, que se identificam com raquetes pesadas e batem sem muito efeito topspin do fundo.

Quando você a testa pela primeira vez, a impressão é que as bolas vão sair na profundidade, mas, no último instante, acabam entrando – pela facilidade de se gerar topspin da linha de base. Uma raquete de potência, bem leve e confortável na mão, permitindo um manuseio fácil, porém você necessita de atenção para o controle. É uma arma que não dá margem a erros – se atrasar o swing, a bola já sai do ponto ideal. O mesmo princípio segue para os slices, em que o golpe tende a “voar” se você não acertar a distância e posição do corpo corretas. Mas, se cumprir o protocolo, verá bolas velozes e rasantes que dificultarão a vida do oponente. Na rede, novamente frisamos o cuidado com o controle. Por soltar bastante a bola, é bom ter atenção à técnica dos voleios. E a facilidade de imprimir efeito também ajuda no saque, momento no qual você terá mais facilidade para executar a alavanca (por ser leve) e despachar o fundamento de uma só vez. Se acertar a batida bem no sweetspot, tenha certeza de que todos vão respeitar mais o seu saque.
Indicação
Para juvenis que buscam potência e conforto, e também jogadores que têm força do fundo e utilizam bastante topspin.


Equilíbrio entre potência e controle. O padrão de cordas (16 x 19) faz com que seja uma raquete que permita gerar spin nas batidas, mas também é ideal para quem rebate a bola da linha da cintura (bolas mais retas). Também é importante mencionar o quanto você pode contra-atacar com eficiência as bolas mais pesadas dos rivais. Seja perto ou longe do corpo, a raquete “conserta” aquele movimento atrasado, com respostas muito rápidas. Das Babolat testadas, é a mais recomendada para quem varia bastante o jogo com slices firmes, rasantes e que machucam o rival. Você, ao avançar à rede, perceberá que o manuseio nessa região é ainda mais eficaz do que no fundo e os voleios serão venenosos, pois a Pure Strike dá controle aos golpes, até mesmo com bolas “coladas” junto ao corpo. Apesar de ser bem equilibrada, você sente o peso na cabeça nas batidas de fundo e, também por isso, essa raquete fornece muita velocidade no final da alavanca, o que imprime grande potência no saque. Da marca, é a que traz mais segurança e opções de efeito no serviço.
Indicação
Para jogadores avançados, agressivos do fundo (bolas na linha da cintura) e que têm um bom jogo de rede.

Os 305 gramas enganam. Ela parece ainda mais pesada na mão durante a batida, talvez também devido ao equilíbrio, voltado para a cabeça. Não à toa recebe o nome Tour, pois vai agradar quem gosta desse tipo de raquete mais encorpada. Para tenistas que têm força no braço e pegam pesado na bola, de cima para baixo, de preferência, e sem muito topspin. Os voleios são firmes, mas, com o manuseio prejudicado pelo peso na cabeça, é preciso atenção para não atrasar, ou a bola vai escapar. No saque, o final da alavanca fica pesado e gera um serviço seco. O mesmo vale para o slice, que morde a quadra adversária, bem profundo. Esta raquete foi avaliada com uma corda muito grossa e tensa, mas o ideal seria uma mais fina e com tensão média, que também vai torná-la um pouco mais confortável. Não se preocupe em quebrar muitas cordas, pois a trama (padrão de cordas) é densa e vai se movimentar pouco após os golpes. Para você que joga agressivamente, em cima da linha de base, com bolas retas e sem efeito.
Indicação
Para jogadores avançados e profissionais, que baseiam seu jogo em bolas agressivas e chapadas.


A família da Dunlop 300 sempre foi um sucesso, pois é capaz de agradar a uma vasta gama de tenistas, desde os intermediários até avançados e profissionais com swings médios e longos. Este modelo, mais leve, é um dos mais “amigáveis”, pois é leve e bem confortável. A bola sai fácil da raquete, com grande potência. Melhor ainda é o topspin. Mesmo com o padrão de cordas fechado, o efeito obtido é ótimo – sua principal qualidade –, talvez também devido ao peso ser voltado para a cabeça da raquete, o que faz com que você puxe a bola de baixo para cima com facilidade. O spin, aliás, vai garantir que a bola se mantenha dentro da quadra. O peso na cabeça, contudo, prejudica o manuseio, comprometendo um pouco os slices e, especialmente, os voleios, quando você tende a perder a precisão. Em compensação, saques quiques ganharão muito com ela. Boa opção de raquete para juvenis que estão subindo de nível. Experimente com uma corda mais macia e tensa, para não perder conforto e ganhar controle.
Indicação
Para jogadores intermediários e avançados, que gostam de bater com muito topspin do fundo de quadra.

Definitivamente, não é uma raquete para quem “brinca” de tênis. Desenhada para profissionais, você sente o peso da raquete na mão. Ou seja, ela exige um braço forte, de um tenista que seja capaz de gerar sua própria potência com um swing extremamente longo. Se você tem esse perfil, vai adorar o controle e a firmeza que ela apresenta do fundo de quadra, mesmo com a sensação de equilíbrio pendendo levemente mais para a cabeça da raquete do que para o cabo. E é esse “peso na cabeça” que torna poderoso o final da alavanca no saque. Esse equilíbrio não vai comprometer o jogo de rede (com voleios muito seguros), mesmo ela não sendo uma raquete de manuseio simples. O padrão de cordas fechado definitivamente não ajuda no topspin, mas o slice é ótimo com o peso na cabeça. Atenção ao sweetspot pequeno – como sempre é nesses modelos mais competitivos. Ela foi avaliada com uma corda muito dura, mas recomendamos uma híbrida, com tensão mais baixa, para mesclar durabilidade e conforto.
Indicação
Para jogadores avançados, que gostam de raquetes pesadas e precisas, que pegam firme de fundo, sem muito efeito.


Muitos subestimam este modelo, crendo que ele é leve demais. No entanto, a 500 talvez seja a raquete mais interessante da Dunlop. É, sim, leve e confortável. Mas o peso não prejudica de maneira alguma seu desempenho, especialmente do fundo de quadra. Ela agrada jogadores de vários níveis, pois abarca swings tanto curtos quanto longos, respondendo muito bem a todos eles. O equilíbrio, com peso maior na cabeça, ajuda a gerar potência (apesar de a bola não ser tão profunda), mas não complica no manuseio de fundo de quadra, só na rede. Por ser leve e ter essa configuração, torna-se uma raquete de resposta rápida no fundo, que é excelente para gerar efeitos, tanto slice quanto spin. Além disso, a facilidade para sacar talvez esteja entre as suas principais qualidades. Mesmo avaliada com uma corda dura e com tensão baixa, comportou-se bem. Sugerimos usar cordas mais macias e finas, com tensão média, para ganhar controle.
Indicação
De iniciantes a avançados com jogo completo (toda a quadra) e que buscam raquetes mais leves e confortáveis.

Procura segurança do fundo de quadra? Eis que encontrou sua arma perfeita. Ainda que trincada no teste, a Instinct MP mostrou ser ideal para quem gosta da combinação entre swings compridos e leveza. Quer uma resposta rápida? É com ela mesmo. Bola mais reta ou com spin? Tanto faz, ela dá conta em ambas as situações. Com sweetspot enorme, essa raquete permite gerar potência e consistência nas bolas sem perder, ao mesmo tempo, o controle na profundidade. Para quem bate o backhand com duas mãos, como Maria Sharapova ou Tomas Berdych, a resposta é muito gostosa, talvez pelo peso pendendo para a cabeça. Na rede, o manuseio pode ficar um pouco comprometido e você terá trabalho para corrigir as bolas mais “coladas” ao corpo, mas, no saque, ela se comporta muito bem. Pela maior preponderância do peso na cabeça, ela auxilia a completar a alavanca de cima para baixo rapidamente, gerando alta potência tanto para um serviço “american twist”, quanto chapado ou mesmo com bastante slice.
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Jogadores avançados e profissionais agressivos que geram força e peso nos golpes, mas sem perder o controle na profundidade.


A Speed Power, graças aos 115 in2 de cabeça e apenas 255 gramas (sem cordas), é uma raquete confortável, leve e que faz com que a bola continue sempre em jogo. Seu manuseio é bem simples e traz facilidade para imprimir topspin na batida, tanto para quem bate com empunhaduras acentuadas como os que não abrem mão da Continental. Quem aposta em movimentos bem curtos, vai achar interessante testá-la. Mas, para os que têm swing comprido, mesmo se tentar puxar um efeito para controlar a profundidade, a tendência é que as bolas parem no alambrado. Você deve impactar as bolas pouco acima do centro (pois é aí que está o sweetspot) para que saiam consistentes e, o mais importante, consigam cair dentro da quadra. O controle também é limitado na rede, mesmo que a bola seja amortecida na trama, e você precisa “triscá-la” para frear a sua trajetória. No saque, o peso na cabeça auxilia no complemento da alavanca, gerando muita potência, porém suas bolas perderão em profundidade e precisão.
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Iniciantes que procuram mais regularidade do fundo, além de veteranos que necessitam de potência sem fazer muito esforço.

Você já tem uma técnica apurada e não vê problema para gerar potência nos golpes. Então, como pode aliar controle a tudo isso? A Speed Pro pode ajudar. Com sweetspot enorme, ela permite uma resposta bem rápida para todos os tipos de bola e, melhor ainda, sempre de forma consistente, não importa o que vir para o seu lado. Não é necessário fazer esforço além do necessário para a bola andar, e mesmo assim ela permanece dentro de quadra com uma margem de erro aceitável. Para variar, os slices são muito venenosos, daqueles que já saem da trama parecendo “morder” o outro lado. Portanto, um pacote completo do fundo em que a bola dificilmente sai e nunca deixa de ser pesada. Na rede, essa raquete facilita demais o toque e a precisão dos voleios, por mais que o peso voltado para o cabo comprometa um pouco o manuseio. Além disso, o equilíbrio dificulta um pouco a alavanca no momento do saque, mas ainda assim não há problema em gerar efeito no serviço, ou potência para um eficiente saque “flat”.
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Intermediários para avançados com swing longo, além de profissionais com força no braço e em busca de controle.


Difícil não gostar dessa raquete. Agrada gregos e troianos. Tem excelente manuseio, cortando o ar facilmente, mesmo com a sensação de equilíbrio levemente voltada para a cabeça. Muito confortável, você quase não sente o impacto da batida. Ótima no fundo de quadra, especialmente para os golpes com muito topspin. O padrão de cordas é baixo, apenas 16 x 16, o que ajuda a gerar os efeitos, mas cuidado ao usar cordas muito finas, pois elas vão quebrar com mais facilidade. Uma raquete de resposta rápida, firme, boa para toques refinados (ótimo controle) e slices, que saem rasantes e “mordendo” a quadra. Na rede, ela se mostra ainda melhor, com voleios muito secos e seguros. Por ser leve, aerodinâmica e ter essa distribuição de peso, também é excelente no saque, gerando potência e dando a possibilidade de executar todos os efeitos. Este modelo vai agradar muitos tenistas, de diversos níveis (de intermediários a avançados), com swings curtos e médios, e que investem muito no topspin.
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De intermediário a avançado, com swing médio a longo, que joga com topspin do fundo, mas que também gosta de jogar na rede.

Esta raquete parece ser mágica. Sabe aquela bola que você bate e acha que vai voar longe? Pois então, com ela, a bola sobe, sobe, sobe no ar e... cai na quadra adversária. Melhor ainda, ela morde a quadra (com profundidade) e quica alto, complicando a vida do oponente. Uma raquete bastante equilibrada, que gera um topspin impressionante. O equilíbrio entre controle e potência é excelente, pois gera velocidade e efeito ao mesmo tempo. Basta uma leve triscada no feltro e o spin está dado. O slice também sai fácil da cabeça da raquete, que corta o ar muito rápido. De fácil manuseio, ela proporciona respostas muito rápidas, tanto no fundo quanto na rede, onde ela ganha muito, pois seu sweetspot é muito grande, proporcionando voleios muito firmes. Todos os tipos de swing, desde os curtos até os mais longos, vão se dar bem com ela. Vale lembrar que o padrão de cordas mais espaçado ajuda no topspin, mas vai fazer com que você quebre muitos filamentos. O saque é outro ponto de destaque, pois você conseguirá fazer tudo (chapado, slice, quique) sem muito esforço.
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Para jogadores de nível intermediário a avançado, que atuam com muito spin e querem uma raquete de excelente resposta.


O espaço entre as cordas é enorme, pois são apenas 14 filamentos na vertical e 16 na horizontal. Se, por um lado isso significa que as cordas vão quebrar mais facilmente, por outro, faz com que gerar topspin seja uma tarefa ridiculamente simples, basta uma leve “triscada” na bola e ela sobe alto, com muito efeito. Raquete leve e de aro mais grosso, ela é ideal para quem possui swing curto, oferecendo repostas muito velozes e alta potência. No entanto, a bola parece que não ganha tanto corpo ao sair da cabeça da raquete, mesmo com spin, faltando profundidade. Os slices também vão flutuar. O pouco peso facilita o manuseio e o sweetspot grande ajuda a amortecer os voleios, mas é preciso boa técnica para não perder a mão na rede. Não é uma raquete extremamente leve, mas, ainda assim vai agradar muita gente, de iniciantes a intermediários (especialmente quem está nessa transição), que não quer fazer muita força para gerar potência. Vale a pena investir no topspin para ajudar a controlar os golpes.
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De iniciantes a intermediários, com swing curto, e que gostam de jogar com muito topspin nos golpes de fundo.

O sistema de amortecimento de impacto das ProKennex é famoso. Não há quem pegue um modelo na mão e não o chacoalhe para ouvir o barulho das partículas internas. Segundo a marca, são íons que se carregam eletrostaticamente quando em movimento, eliminando as vibrações. E, realmente, você não sente quase nada ao golpear a bola. O sistema é interessante, pois, ao bater lentamente, você não sente absolutamente nada. Mas, quanto mais forte se golpeia, a raquete parece se tornar mais rígida. Este modelo é leve, mas o equilíbrio totalmente concentrado na cabeça faz com que você sinta o peso da raquete. Isso também prejudica o manuseio, tanto do fundo quanto da rede (falta firmeza nos voleios). Para gerar efeitos, contudo, ela é muito boa. Aposte no topspin. O melhor swing é o médio, pois, um muito longo vai complicar o controle e um muito curto parece não gerar potência suficiente. O sweetspot é enorme, ou seja, a bola pode pegar em qualquer lugar da cabeça da raquete que vai voltar para o outro lado da quadra.
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Para tenistas intermediários do fundo de quadra, de swing médio, que batem com topspin e querem uma raquete confortável.


Jogar sem dor, essa é a proposta da ProKennex. Este modelo, de equilíbrio voltado para a cabeça, segue esta linha e é ainda mais confortável do que o Ki10 (também avaliada para este guia), apesar de mais pesada. O impacto no braço é praticamente nulo. Por mais força que faça, você não sente a batida no fundo. Ela gera muita potência e pouco controle. O ideal é ter um swing curto, muito curto, para bater chapado, com empunhadura Continental, bem “Old School”. Swings mais longos vão fazer a bola voar longe, especialmente porque o topspin, que ajuda a controlar a trajetória, não é tão fácil de ser aplicado. Apesar de leve, o manuseio fica um pouco comprometido pelo peso na cabeça. Na rede, é preciso atenção. O sweetspot é grande, ou seja, é fácil golpear a bola. No saque, o peso na cabeça ajuda a gerar potência no final da alavanca, mas perde-se em precisão. É uma raquete interessante para quem tem estilo mais chapado e gosta de bater uma dupla no clube. Se quiser ganhar controle, tente cordas mais finas.
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Para tenistas intermediários de swing curto que usam bolas chapadas, no estilo clássico, e querem algo confortável.

Quer spin? Encontrou. Talvez a “culpa” seja do padrão de cordas espaçado (com mais filamentos na vertical do que na horizontal), talvez do peso concentrado mais na cabeça, talvez da leveza e do fácil manuseio. Esta nova versão da Blade é extremamente amigável. Ideal para quem tem nível avançado, mas busca uma raquete um pouco mais leve, mais confortável para o braço. Ela vai gerar muita potência e efeito e, com isso, manter o controle da bola. Melhor ainda, as bolas vão “morder” a quadra adversária com profundidade e peso. Tenistas que estão acostumados com raquetes competitivas mais pesadas podem estranhar no começo, mas logo vão pegar a mão com o spin. Com ela, fica fácil “pentear a bola”. Se no fundo ela é excelente, na rede também não faz feio, com voleios muito precisos. O mesmo vale para os slices, rasantes, e para os saques, especialmente os quiques, que ganham muita altura. É uma raquete muito rápida na mão, de excepcional resposta. Invista no topspin e veja como seu adversário vai sofrer.
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De intermediários a avançados que jogam com topspin do fundo e especialmente avançados que buscam raquetes mais confortáveis.


Com sweetspot enorme (não importa onde a bola pegar na raquete, ela volta com qualidade) e manuseio simples (uma resposta extremamente rápida para todas as jogadas), esta raquete ainda tem uma sensibilidade (toques refinados) gigantesca – algo raro para uma cabeça de 101 in2 – e gera uma batida gostosa, seca, do fundo de quadra. Ótima pedida para quem tem um swing mais curto, e joga agressivamente, dentro da quadra, pegando a bola na subida, na linha da cintura. Se o topspin, apesar de bom, não é tão fácil de executar, o slice, firme, compensa. O equilíbrio, com peso levemente voltado para a cabeça, ajuda nesse quesito. Assim como também ajuda no saque, que ganha muita potência no final da alavanca. Interessante como esta raquete “conserta” a sua bola (bate-prontos, voleios e outras bolas rápidas parecem fáceis) e é possível fazer tudo de forma muito compacta, com swing curto, bolas perto do corpo etc. Tenistas com swings longos precisarão fazer ajustes, mas poucos.
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Para tenistas intermediários a avançados, com swing curto e jogo agressivo, que precisam de repostas rápidas.

Quer uma raquete leve, que lhe obedeça, que não comprometa nenhuma parte do seu jogo? Este modelo é algo bastante próximo do que você está buscando. Mesmo sendo extremamente leve e confortável, com a Envy, sua bola não vai voar longe, mesmo as chapadas. Devido ao pouco peso, o manuseio é muito fácil, o que a torna uma raquete de resposta rápida de fundo, dando muita regularidade e consistência para suas batidas, sejam elas de ataque ou defesa. Sem sofrer, você sentirá a bola saindo “seca” da cabeça da raquete, sempre com respostas corretas e eficazes, muito também devido ao sweetspot grande. Com o equilíbrio voltado para a cabeça, os slices saem “mordendo” a quadra. O jogo de rede talvez seja o ponto mais vulnerável, pois, apesar de ter um manuseio excelente, ela solta bastante e não amortece a bola. Com uma corda mais fina e tensa, ela pode ganhar ares ainda mais competitivos, gerando mais controle. Adapta-se facilmente aos variados swings de jogadores “all-court” (completos), principalmente juvenis.
Indicação
Ideal para juvenis (mais jovens) ou tenistas intermediários em busca de raquetes leves e confortáveis, boa para todos os estilos.


Todos os modelos ditos “S” da Wilson fazem jus ao significado dessa letra, spin. O padrão de cordas totalmente aberto gera um efeito fenomenal. De todas as raquetes avaliadas nesta edição, esta certamente é a que mais gera topspin e, melhor ainda, sem qualquer esforço, pois a mínima triscada na bola faz com que ela ganhe rotação. Esta versão da Juice é bastante leve e indicada para quem tem swing curto (e até mesmo joga com empunhadura Continental), porque a potência que imprime na bola é enorme – ou seja, um movimento grande vai fazer sua bola voar. Para “consertar”, use o spin. O peso mais concentrado na cabeça prejudica um pouco o manuseio, especialmente na rede, e os voleios não saem muito precisos. O que ajuda nesse quesito é seu grande sweetspot, mais voltado para cima do aro. Os slices também não serão os mais secos que você disparará em quadra, mas, em compensação, seu saque quique vai ganhar muito. A leveza e o peso na cabeça tornam a alavanca do serviço excelente.
Indicação
Para tenistas intermediários com swing curto, mas que usam muito topspin, e querem raquetes mais leves e potentes.

O perfil do aro mais grosso e a cabeça grande já dão a entender que é uma raquete de potência. É verdade. Ela gera velocidade na bola, mas não tanta profundidade quanto se espera. Também não espere ser capaz de bater com muito efeito, colocando aqueles spins altos, pois o negócio da Pro Open, pode não parecer, mas é a bola chapada. Você será capaz de gerar algum efeito, pois o equilíbrio voltado para a cabeça (que atrapalha o manuseio e não a deixa tão confortável quanto deveria ser no fundo de quadra) facilita aquela puxada de baixo para cima, mas, com o tempo, vai perceber que ganhará mais ao pegar a bola com golpes mais limpos. Ela ajuda quem tem um jogo mais pegado. No fundo, a relação entre potência e controle está bem balanceada, não sendo necessário ter um swing extremamente curto para manter a bola em quadra. Na rede, o manuseio compromete e é preciso atenção para realizar bons voleios. No saque, sua configuração de peso e equilíbrio tornam a alavanca simples e os serviços chapados ganham muito. É um modelo para quem está subindo de nível.
Indicação
Para tenistas intermediários com swing médio que jogam agressivamente, sem colocar muito efeito nas bolas de fundo.


Este modelo tornou-se lendário nas mãos de Pete Sampras e Roger Federer. E, para poder atuar com ela, você precisa adquirir um pouco do que eles têm, ou seja, estilo clássico e extrema força no braço. A Pro Staff 90 é uma raquete totalmente competitiva, de alta performance, que lhe dá total controle e precisão nos toques mais refinados. Muito pesada, é indicada somente para tenistas avançados e profissionais muito fortes, que terão de gerar toda a potência nas batidas. Recomendamos usar cordas finas e tensão mais baixa para ajudar nesse quesito e não se preocupe em quebrar cordas, pois a trama é tão condensada que os filamentos pouco se movem com o impacto. Aliás, a sensação do impacto da bola na malha, quando executado no sweetspot (bem reduzido), é espetacular. O padrão de cordas dificulta a geração de topspin, mas os golpes mais chapados são ótimos, assim como os slices, firmes e rasantes. Na rede, o peso voltado para o cabo facilita o manuseio e o controle, com voleios secos e seguros. O saque também será muito eclético.
Indicação
Para tenistas avançados e profissionais (fortes) que têm estilo clássico e querem controle total sobre os golpes.

Quem gosta de raquetes clássicas, mais finas e pesadas, deve testar este modelo, que se mostra bastante amigável. O equilíbrio tem peso voltado para o cabo, o que lhe dá melhor controle e manuseio interessante. O padrão de cordas, um pouco mais aberto, ajuda a gerar potência e efeitos. Assim, em comparação com modelos similares, ela é mais confortável, tem uma resposta mais rápida e consistente (graças também ao sweetspot relativamente grande), mesmo em situações mais complicadas, com bolas rápidas e pesadas. Sua batida de fundo passa uma sensação gostosa, de batidas limpas, mas ainda com belos spins e slices firmes. Ela vai lhe ajudar a sustentar seu jogo de fundo com um swing longo. Na rede, comporta-se muito bem, sendo simples de manusear, amortecendo os voleios. Para sacar, traz potência e efeito na medida. Ou seja, ela é uma boa opção para quem tem um estilo de jogo bastante completo – com fundo e rede consistentes – e gosta (ou está acostumado) de raquetes pesadas e competitivas.
Indicação
Para tenistas avançados e profissionais que gostam de raquetes pesadas, mas buscam modelos mais completos.


Se você é adepto das duplas, experimente este modelo da Six.One. Extremamente leve e fácil de jogar, ela vai se encaixar perfeitamente no jogo de quem tem um swing muito curto e quer respostas rápidas para todas as suas batidas, sejam elas com topspin, slice ou chapadas. Mesmo com o equilíbrio de peso voltado para a cabeça, o manuseio é impressionantemente fácil, pois ela tem menos de 250 gramas (sem cordas). Por isso, gera grande potência sem qualquer esforço, mas as bolas não são tão profundas e pesadas. Apesar de se comportar bem tanto nas batidas chapadas quanto nas com efeito, nas bolas com topspin ela mostra o seu melhor. Os saques quiques também vão se beneficiar disso. Na rede, o sweetspot grande ajuda, mas, ainda assim, é preciso atenção aos voleios para que não voem longe. De maneira alguma tente alongar o movimento, pois você perderá o controle. Ela é ideal para quem gosta de jogar dentro da quadra com swing curtíssimo e com bom spin. Incrivelmente confortável, seu braço agradece.
Indicação
Para tenistas iniciantes e intermediários (de mais idade) com swing extremamente curto e jogo com topspin.

A cabeça de tamanho 110 in2 assusta até quem está acostumado a jogar com raquetes grandes, mas, se você está buscando potência e conforto nas batidas, não tenha preconceito com essa Six.Two. Como toda raquete desse estilo (aro bem grosso), o equilíbrio obviamente estará voltado para a cabeça, o que ajuda a ganhar velocidade nas bolas do fundo. No entanto, é na rede que ela vai se comportar melhor, pois tem um manuseio absurdamente fácil, deixando-a muito ágil na mão (boa para os reflexos), e um sweetspot grande e amplo, que serve para amortecer os voleios com precisão. No fundo, com certeza só vai agradar quem tem movimento muito curto, pois, a bola voa longe com o impacto. Atenção duplistas: deem um tapa na cara da bola, sem frescuras, e avancem para definir o ponto na rede. No saque, ela solta bastante a bola, portanto, faça os ajustes necessários. No entanto, o mais interessante é perceber o seu conforto. Você quase não sente as batidas, tanto na rede quanto no fundo.
Indicação
Ideal para duplistas veteranos que jogam com um swing curto e querem definir o ponto na rede.


Dá para entender por que essa raquete faz tanto sucesso entre os juvenis. Ela tem perfil mais clássico, porém, não é pesada (tem menos de 300 gramas sem cordas). Além disso, ela ajuda a dar potência nos golpes sem perder o controle. Mesmo com o equilíbrio pendendo para a cabeça, o manuseio no fundo de quadra não é prejudicado. Da linha de base, você sente suas bolas ganhando corpo, pois consegue gerar topspin facilmente, assim como executar excelentes slices profundos. Ela oferece extrema precisão e consistência. Apesar de não parecer, é uma raquete de performance. Ideal para um juvenil que está subindo de nível e quer fazer tudo do fundo de quadra, assim como também para adultos em busca de “tacos” consistentes, porém mais leves. Somente na rede o peso na cabeça atrapalha um pouco as respostas mais rápidas. No saque, em compensação, esse equilíbrio ajuda na alavanca e os serviços saem muito pesados. Ela passa uma sensação gostosa nas batidas de fundo e lhe dá confiança para executar o seu jogo.
Indicação
Para juvenis que estão subindo de nível (para o competitivo) e adultos avançados em busca de raquetes leves e consistentes.

Artigo publicado nesta revista

TeVê

TV Paga
Estado de Minas: 29/07/2014


 (MTV/Divulgação)
Abrindo o jogo

Ainda na estreia do sucesso de Thrift shop, que bombou nas paradas em 2012, a dupla de hip-hop Macklemore & Ryan Lewis (foto) abre a série The ride, que estreia hoje, às 22h, na MTV. A produção acompanha os artistas do momento em que eles recordam os instantes que transformaram as suas vidas e contam sua história em frente às câmeras, sem filtros ou tabus, dando aos fãs uma visão privilegiada do seu universo atual e anterior à fama. Pelo menos é o que a emissora promete.
Dani Monteiro cobre
as férias de Thiaguinho

Ainda falando de música, o SescTV apresenta hoje, às 20h, mais um programa da série Movimento violão, com um recital da instrumentista venezuelana Elodie Bouny e do músico gaúcho Thiago Colombo, tocando peças latino-americanas e composições próprias. No Multishow, Dani Monteiro vai substituir Thiaguinho por três semanas no comando do Música boa ao vivo, que recebe esta noite, às 20h30, Titãs, Sepultura e Ana Cañas.

Abujamra relembra
o amigo Rubem Alves

Na edição de hoje do Provocações, às 23h30, na Cultura, Antonio Abujamra vai prestar uma homenagem ao educador Rubem Alves, que morreu no último dia 19. Em entrevista concedida em maio de 2011, o teólogo, psicanalista e escritor mineiro critica o sistema de ensino aplicado nas escolas, defende uma educação que favoreça o desenvolvimento da criança e comenta o período em que foi pastor da Igreja Presbiteriana.

Documentários dão
uma aula de história

No concorrido segmento dos documentários, um dos estaques é Reidy, a construção da utopia, sobre o urbanista Affonso Eduardo Reidy, um dos principais nomes da arquitetura moderna brasileira, às 22h30, no canal Curta!. No Futura, às 23h, a série + Brasileiros continua hoje com a biografia de dom Pedro II. No Arte 1, a dica é A obra de arte, às 20h30. No canal History, a minissérie Guerras mundiais tem sequência às 2 2h, com os episódios três e quatro, focalizando o período que antecedeu imediatamente a 2ª Guerra Mundial e a eclosão do conflito, em 1939. No
canal Bio, a 2ª Guerra Mundial está na pauta também às 22h, com o documentário O Titanic nazista.

Hoje só tem reprises
no pacote de cinema

Sem grandes estreias agendadas para hoje, o assinante tem apenas reprises na programação de cinema. Na faixa das 22h, são oito opções: O som ao redor, no Cinemax, Solidões, no Canal Brasil; A dama na água, na HBO 2; Jogos vorazes, no Max HD; Guerra mundial Z, no Telecine Premium; Os estagiários, no Telecine Pipoca; O chamado 2, no Studio Universal; e Laranja mecânica, no TCM. E mais: O suspeito, às 22h10, no Glitz; A menina do lado, às 22h30, no Cine Brasil; e Guerra é guerra!, também às 22h30, no FX

Caras & Bocas

Simone Castro
simone.castro@uai.com.br




Elenco de Chiquititas recebe os atores Ariel Goldenberg e Rita de Cássia (centro), que participam da novela (Gabriel Cardoso/SBT)
Elenco de Chiquititas recebe os atores Ariel Goldenberg e Rita de Cássia (centro), que participam da novela
Casamento especial

O capítulo de Chiquititas desta terça-feira, às 20h30, no SBT/Alterosa, contará com a participação especial dos atores Rita de Cássia e Ariel Goldenberg. Os dois, que são portadores de síndrome de Down, protagonizaram o premiado filme Colegas, de 2012, com roteiro e direção de Marcelo Galvão. Em Chiquititas, remake assinado por Íris Abravanel, Rita interpreta Virgínia e Ariel será Danilo. Na história, ela aparecerá no orfanato Raio de Luz depois de fugir do próprio casamento. Danilo, o noivo, vai atrás de Virgínia e quase será roubado na rua por Paçoca (Rafael Miguel), mas consegue se defender sozinho. Ao notar a presença do rapaz no orfanato, as chiquititas esconderão Virgínia, mas também a incentivarão a conversar com Danilo. Ela afirma que quer se divertir antes de casar e as meninas providenciam momentos especiais, como brincar num roda-roda no pátio do Raio de Luz. As chiquititas mais velhas explicam que os novos amigos têm síndrome de Down, mas lembram às crianças que isso não os faz diferentes. Pelo contrário, apenas indica que eles precisam de uma atenção especial e muito amor. Rita acaba se acertando com o noivo e os dois saem felizes, num carro de recém-casados, direto para o casamento.

SEGUNDA EDIÇÃO TRAZ
RESUMÃO DAS NOTÍCIAS


O Jornal da Alterosa 2ª edição apresenta o resumo das principais notícias do dia,
 além de matérias especiais.
A apresentação é de Ana Cristina Pimenta.

MILIONÁRIO NÃO QUER
SABER DO SEU PASSADO


Em Império (Globo), Cristina (Leandra Leal) e José Alfredo (Alexandre Nero) terão um começo de conversa bastante tenso, depois que ela revela que é sua filha, fruto do relacionamento dele e Eliane (Malu Galli) no passado. No meio da discussão, Maria Marta (Lília Cabral) se intromete e diz que tudo não passa de um golpe. Furiosa, Cristina vai embora da empresa do milionário. José Alfredo manda um dos seus seguranças trazer a moça de volta. Enquanto isso, Cristina conversa com a tia Cora (Drica Moraes) pelo telefone e conta o que ocorreu. Cora decide ir para a empresa de José Alfredo. Lá, o empresário a trata mal e também não poupa Cristina. “Vou dizer só uma vez, e que fique bem claro: vocês não são nada para mim, nada! E não vão arrancar nem um tostão de mim. Entenderam?”. Cheia de si, Cora dispara: “Vamos embora! Pau que nasce torto morre torto. Mas o mundo dá voltas, José Alfredo, e você é a prova disso. Então, aguarde. Um dia, ainda vai se curvar diante de mim”.

JURADOS DE REALITY SHOW
SERÃO CANTORES DE ROCK


Breakout Brasil, reality show musical que vai revelar uma nova banda, com estreia em agosto no canal Sony (TV paga), terá três jurados. Em comum, o fato de serem cantores de rock. São eles: Lucas Silveira, vocalista e líder da banda Fresno; Bianca Jhordão, vocalista e guitarrista da banda Leela; e Supla, que participou da primeira edição do Casa dos artistas, realizado pelo SBT. A primeira etapa do Breakout Brasil foi realizado via internet, quando foram votadas as várias bandas inscritas. As 10 mais bem posicionadas disputarão a atração para ver qual delas levará o prêmio de R$ 50 mil e gravará um CD.

REFORÇO DE PESO
 (Alberto E. Rodriguez/Getty Images/AFP-20/3/13)

Uma das séries que estão dando o que falar, Resurrection, atração do AXN (TV paga), contará com um nome e tanto no elenco. Trata-se da atriz Michelle Fairley (foto), atualmente no ar na minissérie 24 horas: viva um novo dia (Globo), em que interpreta uma terrorista. O personagem mais conhecido de Michelle, porém, é Catelyn Stark da série Game of thrones, exibida no Brasil pelo canal HBO (TV paga). Na próxima temporada de Resurrection, a atriz será Margaret Langston, mãe de Henry (Kurtwood Smith) e do xerife Fred (Matt Craven). A personagem, que já morreu, retorna a Arcadia. O seu reaparecimento trará à tona um grande e obscuro segredo do passado da família, que ela fará de tudo para manter escondido. A série conta a história dos moradores de Arcadia, uma pacata cidade americana onde a vida dos moradores é alterada com a volta dos “regressados”, como são chamadas as pessoas que retornam dos mortos, sem ter envelhecido nada, exatamente como estavam no dia do seu falecimento.

PLATEIA
VIVA  - Jesuíta Barbosa, o Alain de O rebu (Globo). O  ator reprisa a ótima atuação da minissérie Amores roubados.

VAIA - Téo (Paulo Betti) e Xana Summer (Aílton Graça): gays exageradamente caricatos de Império. Menos é mais. 

Estreia madura em ficção - Carlos Herculano Lopes

Estreia madura em ficção
Carlos Herculano Lopes
Estado de Minas: 29/07/2014


Rodrigo Garcia Lopes lança o romance O trovador depois de longa experiência literária (Jacqueline Sasano/Divulgação)
Rodrigo Garcia Lopes lança o romance O trovador depois de longa experiência literária

Paranaense nascido em Londrina, no Norte do estado, Rodrigo Garcia Lopes percorreu longo caminho na literatura até publicar seu primeiro romance, O trovador, com o qual foi um dos contemplados com a Bolsa Funarte de Criação Literária, e que acaba de sair pela Editora Record.

Formado em jornalismo, antes de lançar-se na ficção Rodrigio escreveu alguns livros de poemas, entre eles Solarium (Iluminuras, 1994); Visibila (Sete Letras, 1997); Polivox. Poemas (Azougue Editoria, 2001) e Nômada (Lamparina, 2004). Em meados da década de 1980, fez uma viagem de dois anos pela Europa e na volta criou a revista literária Hã. Algum tempo depois, nos anos de 1990, foi para os Estados Unidos, onde fez mestrado na Arizona State University, com tese sobre os romances de William Burroughs, escritor da geração beat que surgiu nos EUA na década de 1950, e balançou os alicerces culturais do país.

Foi também durante esse período passado na América do Norte que Rodrigo Garcia Lopes teve a chance de realizar 19 entrevistas com famosos como John Asbery, Marjorie Perloff, Allen Ginsberg, Nam June Paik, Carlhes Bernstein, além do próprio William Burroughs, entre outros. Trabalho de fôlego, hoje referência para os que estudam a obra dessa turma. As conversas vieram a público com o livro Vozes & visões: panorama da arte e cultura norte-americana de hoje, lançado pela Iluminuras em 1996.

Com todo esse currículo, e ainda tradutor de diversos livros de poemas de autores como Walt Whitman, Sylvia Plath e Arthur Rimbaut, Rodrigo Garcia Lopes se sentiu à vontade para fazer ficção, sem o impulso impensado dos apressados, que depois costumam se arrepender amargamente.

Não foi o que ocorreu com O trovador, que chega maduro às livrarias, e no qual o escritor conta uma história enigmática, com todos os ingredientes das boas aventuras policiais, cujo cenário passa pela Londrina dos anos de 1930, quando começou a exploração de café e madeira no Norte do Paraná.

A trama começa quando uma palavra de origem provençal e um poema enviado a Eduardo VIII, rei da Inglaterra, são encontrados em um pedaço de papel deixado na boca de um morto, uma vítima a mais de vários assassinatos ocorridos no Sul do país. Desvendar esse mistério caberá a um detetive, tradutor e intérprete, que é mandado ao local do crime. A partir daí, num ritmo alucinante, a narrativa de Rodrigo Garcia Lopes, segundo Joca Reiners Terron, que fez o prefácio, entrega tudo ao leitor, “menos a traição.”

O trovador
>> De Rodrigo Garcia Lopes
>> Editora Record
>> Romance, 406 páginas
>> R$ 45

Mestre do ngoni - Eduardo Tristão Girão

Mestre do ngoni
 
O músico malinês Bassekou Kouyate é uma das atrações do Festival Mimo, em Ouro Preto.Instrumentista e compositor, é comparado a Jimi Hendrix e defende a raiz africana no blues

Eduardo Tristão Girão
Estado de Minas: 29/07/2014



"No Mali, devido à nossa cultura griot, sempre fazemos música com a família, especialmente com os filhos, porque eles vão ficar e levar a música para frente" - Bassekou Kouyate, músico


O Jimi Hendrix do Mali. Isso é o que o Google costuma retornar aos que querem saber quem é Bassekou Kouyate, que tocará no fim do mês que vem em Ouro Preto, durante a 11ª edição do Festival Mimo. Comparações são sempre úteis, apesar de sempre causarem discussão.

Ambos são negros, estão intimamente ligados ao blues, são bons de riffs e usam pedais wah wah e de distorção. Só que em vez de guitarra, o virtuose malinês (que passa longe do rock) toca ngoni, um secular instrumento de corda feito com cabaça.

O ngoni é utilizado por músicos de vários países da África ocidental e Kouyate é, hoje, seu maior nome. Não é exagero. Além de veloz nas notas, o talentoso compositor sabe usá-las como poucos. Ao ouvir sua música, fica a impressão de que ele está intimamente ligado à rica tradição musical do seu país. Realmente está, mas os LPs dos artistas de gerações anteriores do Mali não deixam dúvida de que suas canções são contemporâneas. Ou seja, velho e novo em perfeita harmonia. São músicas bem arranjadas e vibrantes.

Os vocais são um capítulo à parte, a cargo de Amy Sacko, mulher do artista: de grande expressão, variam do doce ao penetrante, com letras escritas num dos idiomas nativos, o bambara. Vale destacar que ambos descendem de famílias de griots, os respeitados contadores de histórias africanos responsáveis por perpetuar a cultura dos locais onde vivem. O casal conta com a presença dos dois filhos na banda, Moustafa e Mamadou, que tocam ngonis de tamanhos e alcances harmônicos diferentes (uns mais graves, outros mais agudos).

“No Mali, devido à nossa cultura griot, sempre fazemos música com a família, especialmente com os filhos, porque sabemos que são eles que vão ficar e levar a música para frente, sempre manteremos esta tradição. Toquei com meu avô e com meu pai. Cada um de nós toca a mesma música com seu estilo, com seu jeito, mas sempre tocamos juntos. Às vezes, há um ou outro convidado, mas a base é o grupo familiar”, conta Kouyate. Acostumado a rodar o mundo para tocar, ele visitará o Brasil pela primeira vez.

Batizado de Ngoni Ba, o grupo que o acompanha só tem ngonis e percussão, com outros instrumentos marcando presença pontualmente. Kouyate foi pioneiro ao propor que fosse tocado de pé e na frente do palco, como qualquer guitarrista. Consequentemente, inovou também ao criar um grupo só com eles, explorando as múltiplas possibilidades de arranjo e solo. Aliás, esse é outro ponto alto dos seus discos. Os improvisos são marcados não só pelo timbre e articulação típicos, mas pela musicalidade e (recentemente) incremento de efeitos.

Ele conta que a ideia de plugar o ngoni com pedais de efeito usados em guitarra surgiu das participações em festivais mundo afora. “Depois que fiz meu primeiro CD, comecei a tocar em muitos festivais e fui constatando que podia aproveitar algumas coisas para fazer meu som mais audível, mais próprio para os lugares onde me apresentava. Aí coloquei o wah wah no segundo álbum e fui experimentando vários pedais. Se funciona, vou usando”, diz.

RAÍZES Bassekou Kouyate afirma que a tradição musical que lhe serve de base é muito antiga e peculiar. “Todos nós tocamos basicamente a mesma música. Às vezes, em meus concertos, toco temas com mais de 700 anos, que vêm da tradição. Todo mundo pensa que é blues, mas é a mesma música tocada para os reis africanos há séculos. É por isso que temos de preservar esta tradição, nos manter com uma certa pureza. É certo que tocamos cada um a seu jeito, porém mantemos essa pureza”, afirma.

O artista tem três discos lançados – Segu blue (2007), I speak fula (2009) e Jama ko (2013) – e em todos faz questão de manifestar sua relação com o blues em ao menos uma faixa. Melhor dizendo, ele defende a música do Mali como a origem do blues que se desenvolveu nos Estados Unidos. De fato, Kouyate não precisou de guitarra ou gaita para criar composições como Segu blue (Poyi), Bambugu blues e a hipnótica Mali koori, que realmente ajudam a endossar seu discurso.

“Todo o som negro que se desenvolveu nos Estados Unidos veio da África, não há dúvida. A raiz é a música pentatônica, ou seja, de cinco notas. O banjo é uma evolução do ngoni, que foi para a América com os escravos do Mali, da Costa do Marfim e da Guiné-Bissau. E o blues tem exatamente o mesmo jeito, a mesma forma da música que se ouve e se toca no estado malinês de Segu”, explica.

Não por acaso, anuncia para o ano que vem disco que evidenciará a ligação entre o Mali e os Estados Unidos por meio do blues. O trabalho ainda está em fase de produção, mas um importante convidado especial já garantiu que estará presente no estúdio: o cantor e guitarrista Taj Mahal. Não será a primeira vez que os dois tocarão juntos, pois o norte-americano já havia gravado em Poye 2, faixa do disco mais recente de Kouyaté.

Parceria em meio a conflitos


Jama ko, mais recente disco de Bassekou Kouyate, foi gravado durante o golpe de Estado que sacudiu o Mali em março de 2012. O ataque dos militares rebelados a vários pontos da capital do país, Bamako, ocorreu justamente no dia em que o produtor canadense Howard Bilerman (ex-baterista da banda Arcade Fire) havia chegado. A proximidade do estúdio em relação aos locais de conflito (menos de um quilômetro) dificultou muito o trabalho dos músicos.

“Senti-me culpado por ter levado tantas pessoas a uma situação de risco, de perigo real. Fiquei realmente na pior, porque faltava luz, água e, muitas vezes, os veículos eram atacados. Do alto da colina podíamos ver o palácio presidencial sendo bombardeado. Um carro com 30 pessoas, a caminho da gravação, quase foi incendiado. Toda hora tínhamos que interromper, foi muito complicado. Mas agora tudo está normal, a gente sabe que esta disputa é política e pelo dinheiro do petróleo”, conta Kouyate.

Com discos bem-acabados e calcados na tradição, a exemplo de Jama ko e dos outros dois que lançou, o artista ajuda a realimentar a curiosidade pela cultura do Mali, um dos países musicalmente mais interessantes do continente e que já deu ao mundo nomes do quilate de Salif Keita e Ali Farka Toure (talvez os mais conhecidos do país), além do grupo Tinariwen, dos instrumentistas Toumani Diabate e Rokia Traore e da dupla Amadou et Mariam, entre outros.

Músicas

Para conhecer Bassekou Kouyate


» Jonkoloni
» Bassekou
» Sinsani
» Segu blue (Poyi)
» Falani
» Musow (For our women)
» Torin torin
» I speak fula
» Bambugu blues
» Sinaly
» Jama ko
» Madou
» Moustafa
» Mali koori
» Ne me fatigue pas

FESTIVAL MIMO

O Mimo chega à 11ª edição como o maior festival gratuito de música instrumental do Brasil. O evento é realizado em cidades reconhecidas pela preservação do patrimônio cultural, com apresentações em praças, museus e igrejas. Todos os concertos são gratuitos. A programação deste ano chega a Ouro Preto (29 a 31 de agosto), Olinda (4 a 7 de setembro), Paraty (10 a 12 de outubro) e, pela primeira vez, a Tiradentes (17 a 19 de outubro). Um dos maiores músicos do jazz contemporâneo, o pianista e compositor americano Chick Corea se apresenta em Ouro Preto e Olinda. Outros nomes que integram a programação são o catalão Jordi Savall, o percussionista e compositor indiano Trilok Gurtu e o cantor jamaicano Winston McAnuff, entre outros artistas de 10 países. O instrumentista e compositor mineiro Toninho Horta fará concerto acústico de abertura do Mimo, em Ouro Preto, ao lado da Orquestra Fantasma.

PAULÍNIA » Pernambucano é o destaque‏

PAULÍNIA » Pernambucano é o destaque
Estado de Minas: 29/07/2014


Irandhir Santos  faturou pela  terceira vez o filme de melhor ator em Paulínia (Paulínia Film Festival/Divulgação)
Irandhir Santos faturou pela terceira vez o filme de melhor ator em Paulínia

O longa pernambucano A história da eternidade, de Camilo Cavalcante, faturou o prêmio principal da sexta edição do Paulínia Film Festival, encerrada na noite de domingo. O filme, que conta três histórias de amor ambientadas no sertão, venceu também os prêmios de melhor diretor, ator (Irandhir Santos), atriz (compartilhado pelas protagonistas Marcélia Cartaxo, Zezita Matos e Debora Ingrid) e o prêmio da crítica. Esta foi a terceira vez que Irandhir foi consagrado como melhor ator no festival. Em 2009, ele venceu pelo filme Olhos azuis, de José Joffily, e, em 2011 por Febre do rato, de Cláudio Assis.

 Casa grande, primeiro longa de ficção de Fellipe Barbosa, levou o Prêmio Especial do Júri, além dos troféus de ator coadjuvante (Marcello Novaes), atriz coadjuvante (Clarissa Pinheiro) e roteiro (Fellipe e Karen Sztajnberg). O filme conta a história de Jean, adolescente de 17 anos de classe alta no Rio de Janeiro que faz suas primeiras descobertas afetivas e sexuais enquanto toma consciência das divisões de classe e de raça ao seu redor. Também se destacou na premiação Boa sorte, filme de Carolina Jabor sobre a relação entre um adolescente de 17 anos e uma moça com problemas psiquiátricos (Deborah Secco), que faturou os prêmios do público e de direção de arte.

Sem respostas - Bruna Sensêve

Na Austrália, especialistas debatem avanços, mas não arriscam um palpite sobre a possibilidade de cura da Aids


Bruna Sensêve
Estado de Minas: 29/07/2014



Tirar os vírus latentes dos esconderijos para matá-los foi uma das ideias discutidas no evento na Austrália (Mal Fairclough/AFP)
Tirar os vírus latentes dos esconderijos para matá-los foi uma das ideias discutidas no evento na Austrália

Debates intensos marcaram a 20ª Conferência Internacional Aids 2014, realizada na última semana, na Austrália. Estratégias para prevenir e enfrentar a doença foram ampliadas, iniciativas exemplares e bem-sucedidas, aplaudidas. No entanto, não houve resposta para a principal pergunta: quão perto ou longe estamos da cura do HIV? A mulher laureada com o Nobel de Medicina, em 2008, pela descoberta do vírus, Françoise Barré-Sinoussi, não poderia ser mais categórica ao afirmar, com pesar, que ainda é impossível saber. “Não podemos dar esse tipo de esperança. O que sabemos é que precisamos continuar em frente porque há muita evidência e muitos dados nos dizendo que podemos fazer progressos. Quantos anos precisamos para uma estratégia em particular, não sabemos.”

Barré-Sinoussi não quer cometer o mesmo erro de pesquisadores que, em 1984, garantiram que haveria uma vacina dentro de dois anos. “Já passaram-se mais de 30 anos disso e não temos vacina”, observou a cientista. A verdade é que o cenário, no momento, não é dos mais inspiradores. Na conferência, ao lado da virologista francesa, estavam reunidos os maiores nomes da pesquisa global em busca da cura da Aids. Quem despertou maior interesse foi a figura compenetrada de Deborah Persaud, do Hospital Infantil de John Hopkins, em Baltimore. Bombardeada de perguntas e olhares, a cientista não economizou palavras para tentar desvendar o que pode ter acontecido com o chamado “bebê de Mississippi”.

O que seria o segundo caso de cura da história do HIV — o primeiro foi o conhecido paciente de Berlim, que eliminou o vírus ao se tratar de leucemia com transplante de medula — acabou não se confirmando. Há um mês, o bebê, infectado pela mãe soropositiva durante o parto, voltou a apresentar carga viral detectável na corrente sanguínea. A criança recebeu a primeira dose de antirretroviral com menos de 30 horas do nascimento. O medicamento foi mantido até o ano  passado pela equipe de Persaud, quando a criança já estava com 18 meses. Mesmo depois de interrompido o tratamento, houve a surpreendente manutenção do vírus a taxas indetectáveis. Tudo indicava que, se o antirretroviral fosse dado de maneira muito precoce, não haveria tempo suficiente para o vírus atingir um reservatório — onde poderia se esconder permanentemente e de forma latente (veja infografia).

Essa continua a ser uma das principais linhas de pesquisa para a cura da doença. Mesmo com a volta do vírus ao sangue da criança, os cientistas consideram a longa remissão um fato extremamente curioso. “Aprendemos que essa infecção latente pode persistir por muitos anos, e em estado total de dormência. Acompanhamos essa criança por mais de dois anos e nada foi manifestado nos testes mais sensíveis”, observa Persaud. Ela se mantém otimista quanto à remissão pediátrica e acredita que os dados recolhidos servirão para novos ensaios clínicos.

Contestação Mas, apesar da positividade da infectologista, estudos indicam que dificilmente a estratégia de tratamento precoce será a melhor opção. Em artigo publicado na renomada revista científica Nature, durante a conferência, Dan Barouch, chefe da divisão de pesquisa em vacinas do Centro Médico Beth Israel Deaconess, da Universidade de Harvard, enterra a proposta buscada por Persaud.

Nesse novo estudo, a equipe científica iniciou a terapia antirretroviral em grupos de macacos no terceiro, no sétimo, no 10º e no 14º dias após a infecção pelo vírus da imunodeficiência símia (SIV), uma variação para primatas não humanos do HIV. Aqueles tratados no terceiro dia não mostraram nenhuma evidência de vírus no sangue e não geraram quaisquer respostas imunitárias específicas para a infecção. Porém, após seis meses de tratamento, todas as cobaias sofreram com o ressurgimento viral devido à interrupção da medicação. Ainda que o início terapêutico precoce tenha resultado em um atraso no tempo de retorno da carga viral, em comparação com um tratamento mais tardio, a incapacidade de erradicar o reservatório viral sugere que estratégias adicionais serão necessárias para curar a infecção por HIV.

Segundo Barouch, a pesquisa confirma uma notícia não muito boa: os reservatórios foram estabelecidos já nos primeiros dias em que o organismo teve contato com o patógeno, antes mesmo da infecção ser detectável no sangue. “Encontramos um paralelo marcante com o bebê de Mississippi, pois confirma que os reservatórios são estabelecidos muito mais cedo do que imaginávamos. A terapia antirretrovial precoce, mesmo muito precoce, não é rápida o suficiente para impedir o reservatório viral.”

Ele pondera que a terapia precoce sempre terá benefícios para a redução desses reservatórios, porém, será incapaz de erradicá-los. “As implicações são que estratégias adicionais podem ser necessárias para a erradicação, o que inclui o uso de anticorpos monoclonais, vacinas e ativadores de reservatório.”

Um chute no vírus

Se a estratégia do tratamento precoce passa a ter grandes empecilhos, outra iniciativa começa a prosperar. A ideia da equipe de Ole Schmeltz Sogaard, do Hospital da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, é “acordar” o vírus para que possa ser combatido. O nome da técnica em inglês é kick and kill, e significa chutar e matar. A referência é simples: o chute no vírus é necessário para que ele deixe seu estado latente. Uma vez ativo, passa a ser tão vulnerável quanto o HIV espalhado no sangue. Os desafios consistem em descobrir como retirá-lo de seu esconderijo e, logo em seguida, como matar essas partículas virais específicas. Os avanços apresentados por Sogaard durante a conferência são muito significativos. Ele testou uma droga anticancerígena e foi bem-sucedido no “despertar” do HIV latente.

O medicamento foi usado em outras pesquisas feitas em células em cultura e retiradas de pacientes, com êxito. Sogaard anunciou que o mesmo resultado foi observados em seis pacientes. Eles estavam com a carga viral suprimida por nove anos e meio em média. Após a administração de três doses do medicamento, por um período de 14 dias, a equipe de pesquisadores constatou grandes quantidades de novas partículas virais na corrente sanguínea. Elas foram detectáveis com exames laboratoriais comuns de monitoramento da doença. Depois disso, Sogaard quis descobrir se a estratégia havia influenciado no tamanho dos reservatórios. Após uma análise preliminar, a equipe avaliou que não houve qualquer diminuição. “Isso nos diz que é possível ativar as células e induzir a liberação das partes virais no plasma do paciente, mas não é o suficiente para fazer diferença no tamanho do reservatório.”

O cientista dinamarquês considera que o próximo passo está justamente na busca pela combinação de novas estratégias, por exemplo, com imunoterapia. “Para melhorar a habilidade do sistema imune em aniquilar essas partes virais despejadas no sangue”, assinala. Mais detalhadamente, Sogaard explica que, para uma atividade de reativação ser bem sucedida, é preciso que algumas células imunes sejam capazes de reconhecer as partes expostas para exterminá-las. “Acho que essa é a principal barreira para reduzir o reservatório quando já temos um importante agente de reativação.” O principal investigador do Instituto da Florida para Terapia Genética e Vacina, Nicolas Chomont, acrescenta ainda a garantia de uma boa medida do tamanho desse reservatório. Ele lidera uma pesquisa que resultou no exame Tilda.

O teste recém-desenvolvido é uma promessa para a definição do tamanho dos reservatórios em pacientes soropositivos. “Desenvolver um novo acesso para medir o tamanho do reservatório é importante porque queremos encontrar formas de monitorar a eficácia de estratégias de erradicação”, justifica. Ele considera que os testes que tentam fazer o mesmo atualmente necessitam de uma quantidade exagerada de sangue e dependem de um custo elevado para serem produzidos. O Tilda precisa de apenas 10 miligramas de sangue, e dois dias para ficar pronto. “E, mais importante, pode ser implementado em quase qualquer laboratório do mundo porque precisa de instrumentos muito básicos para usar”, acrescenta. (BS)

Pesquisas prejudicadas

A cúpula mundial sobre a Aids, que ocorreu na Austrália na última semana, manteve um certo clima de luto, pela morte de mais de 100 participantes que viajavam para o encontro no avião da Malaysia Airlines, derrubado três dias antes da abertura dos trabalhos, na Ucrânia. O voo seguia de Amsterdã para Kuala Lumpur, onde muitos passageiros fariam escala para seguir para a Austrália, incluindo 108 pesquisadores, especialistas e militantes que participariam do evento. Entre os mortos na queda do Boeing 777, estava o pesquisador holandês e ex-presidente da International Aids Society (IAS) Joep lange, uma das maiores autoridades no planeta no combate ao vírus HIV. Os milhares de participantes da cúpula prestaram homenagens aos especialistas que morreram, em meio à promessa de vencer essa epidemia que matou duas vezes mais pessoas que a Primeira Guerra Mundial. 

Boa briga tecnológica

Disponível para venda nos Estados Unidos, o Google Glass já é testado em aeroportos. Mas pode ter, em breve, um rival da Microsoft, que também desenvolve seus óculos inteligentes


Silas Scalioni
Estado de Minas: 29/07/2014


A gigante norte-americana Microsoft fez, há poucos dias, pedido de patente de um dispositivo que chamou de Wearable Behavior-Based Vision System (em português, Sistema Vestível de Visão Baseado em Comportamento), que, certamente, está sendo concebido para concorrer com o Google Glass, os óculos inteligentes da Google. Da mesma forma que o gadget já existente, o Microsoft Glass (se é que já se pode chamá-lo assim) também vai ser capaz de reconhecer objetos e situações, analisar movimentos e amenizar os riscos de colisão e outros perigos. De acordo com documentos apresentados pela empresa, justamente o reconhecimento de um carro pelo equipamento é que foi citado como exemplo: os óculos verificam e analisam o percurso do veículo e exibem um alerta por meio de suas lentes sobre os perigos que se apresentam ao usuário.

A nova criação da Microsoft, ainda segundo os documentos, vai poder ser usada também nos games. Enquanto o usuário joga, os óculos serão capazes de identificar e alertar sobre objetos no meio do caminho, como cadeiras e mesas, indicando, ainda, formas de se desviar. Seria uma ótima opção para as pessoas que gostam desses jogos de movimento e que, muitas vezes, se entusiasmam (como quando estão, por exemplo, jogando uma partida de tênis pelo console) e acabam se chocando com algum objeto. A presença nos mesmos documentos de um Xbox e de uma câmera parecida com o Kinect indica claramente que é intenção da Microsoft desenvolver uma integração entre o gadget e o seu console.

CONCORRENTE DE PESO Apesar de a Microsoft ter feito pedido de registro de patente do gadget, ainda não dá para afirmar que a empresa vai mesmo lançar seus óculos inteligentes. Afinal, muitas pesquisas e testes envolvem o desenvolvimento de um produto tão tecnológico assim. A própria Google, que saiu na frente já há algum tempo, ainda não está totalmente satisfeita com o Google Glass e continua sua busca por aperfeiçoá-lo. Seja como for, se a Microsoft de fato se empenhar na concepção do seu dispositivo, como já era especulado há algum tempo, ele poderá mesmo se tornar um concorrente de peso ao aparelho da Google.

O Google Glass, pode se dizer com certeza, é uma obra-prima da tecnologia ao concentrar várias funções em tão pouco espaço. Ele é um telefone, uma câmera, se conecta à internet, tem GPS... Enfim, é um verdadeiro canivete suíço digital. Trata-se de um acessório em forma de óculos, que possibilita a interação dos usuários com diversos conteúdos, usando a tecnologia de realidade aumentada. Ele não conta com uma minitela e sim, com um miniprojetor, que projeta um prisma semitransparente (de forma inteligente) direto na retina. Chamado também de Project Glass (uma vez que ainda não é um produto final, embora já esteja à venda nos Estados Unidos), o aparelho tira fotos a partir de comandos de voz, consegue enviar mensagens instantâneas e até mesmo realizar videoconferências.

JÁ À VENDA Quem mora nos Estados Unidos já pode comprar o Google Glass. Depois de realizar uma série de pequenas ações promocionais – inclusive convidando usuários a experimentar os óculos inteligentes, com agendamento no Google Glass Basecamp, em San Francisco, Los Angeles ou Nova York –, a gigante das buscas finalmente liberou as vendas do gadget em seu site oficial. Entretanto, ainda se trata de uma versão em fase de teses. O anúncio das vendas foi postado recentemente na página do Google Glass no Google Plus e a nota faz questão de destacar que o produto continua integrando o chamado Explorer Program (uma espécie de fase de testes).

No comunicado, a empresa salienta que aprendeu muito quando abriu seu site e que decidiu caminhar para um projeto beta mais aberto. “Ainda estamos no Explorer Program, enquanto continuamos melhorando nossos hardware e softwares. Mas, a partir de agora, qualquer um nos Estados Unidos pode comprar o Glass Explorer Edition”, disse a empresa no comunicado. O que incomoda no Google Glass é o seu alto preço, até mesmo nos Estados Unidos. Essa versão inicial custa US$ 1,5 mil (cerca R$ 3,4 mil). A dúvida, a partir de agora, passa a ser se essa fase beta ainda demora e se o valor do produto final se manterá nesses patamares.

Muito além do lazer

O Google Glass pôde ser testado, e aprovado, por passageiros e equipes de serviço no aeroporto de Copenhague. Indicado pelo SITA Lab – laboratório que trabalha com pesquisa de tecnologia estratégica para a indústria de transporte aéreo, buscando investigar as melhorias que tais tecnologias podem trazer para viagens de passageiros e tripulação –, o aeroporto da capital da Dinamarca foi o primeiro do mundo a experimentar o Google Glass. São várias as ações em um aeroporto, que, segundo Jim Peters, diretor de tecnologia do SITA, podem ser facilitadas com a presença do gadget, incluindo o uso em check-in, em autosserviço de entrega de bagagem e em portas de embarque de autoatendimento. “O SITA tem incentivado as companhias aéreas e os aeroportos a experimentar mais a tecnologia wearable”, diz. Produtos wearable ou, em tradução livre, produtos vestíveis nada mais são do que criações que propõem uma integração cada vez maior da tecnologia ao ser humano, como no caso do Google Glas.

Para Jim Peters, uma grande vantagem dessa tecnologia é manter as mãos livres, permitindo assim uma nova forma de trabalhar. “No Aeroporto de Copenhague, temos visto benefícios reais para os passageiros e equipe de serviço. Do ponto de vista operacional, a facilidade de adoção e de uso de dispositivos de vidro é grande e só leva um dia para os funcionários se familiarizarem com o novo equipamento”, afirma.


POSITIVO Já Marie-Louise Lotz, diretora de atendimento ao cliente do aeroporto, informa que o feedback dos passageiros e da equipe de serviços tem sido muito positivo. “Achamos o Google Glass muito fácil de ser usado e mais amigável do que outros dispositivos, como o tablet. Com ele, conseguimos reduzir a quantidade de papel que nossos gestores precisam utilizar, como escalas de serviço, folhas de atribuição de secretária, prognóstico de pico, número de passageiros e chegadas de cruzeiros. À medida que os dispositivos deixam as mãos livres e os funcionários não estão se concentrando em uma tela, eles podem atender melhor aos passageiros”, garante.

Complementando, a diretora do aeroporto revelou que sua equipe de funcionários também observou que ter acesso pelo aparelho a serviços como o Google Tradutor e a informações sobre portões, bagagem e dados de voos ajudou bastante a melhorar o diálogo com os passageiros, ressaltando, ainda, que compartilhar informações com outros colegas por meio da câmera do dispositivo, para fins de documentação e publicação de fotos em um fórum fechado de trabalho, promove, ainda, grande interação entre os funcionários. 

A fertilidade depois do câncer

Estado de Minas: 29/07/2014 



Os pacientes que lutam contra o câncer passam por uma série de efeitos colaterais ao longo do tratamento, decorrentes da quimioterapia. Os inconvenientes podem comprometer a estética, como a perda dos cabelos, e ainda provocar indisposição, náuseas e vômitos, causando doenças como anemia e infecção, entre outras. Outra consequência, ainda pouco divulgada e relativamente comum, é a infertilidade, que pode acometer os homens e as mulheres. Entretanto, existem técnicas modernas de reprodução assistida que contribuem para a prevenção da fertilidade, para que esses pacientes tenham condições de gerar filhos após o tratamento.

O câncer é muito frequente entre jovens, estima-se que aproximadamente 10% dos casos da doença ocorram na infância e na idade fértil, considerada entre os 15 e os 45 anos. A maioria dos tumores que afeta essa faixa etária apresenta alta taxa de cura, principalmente os germinais, linfomas e leucemias. A infertilidade nas mulheres acontece quando a quimioterapia compromete a quantidade de óvulos existentes nos ovários, podendo levar à menopausa precoce. Nos homens, ela pode afetar as células que dão origem aos espermatozoides, reduzindo a produção dos gametas masculinos. Contudo, não são todos os pacientes de câncer que enfrentarão esse problema.

Em um passado muito recente, algumas mulheres em tratamento oncológico tinham suas chances de gravidez reduzidas em mais de 90%. Atualmente, uma técnica chamada vitrificação, conhecida popularmente como congelamento de óvulos, permite a mudança desse cenário. Trata-se de um processo bem mais rápido e com menor risco de lesão celular. A vitrificação vem sendo aplicada de forma rotineira tanto para a criopreservação de óvulos quanto de embriões, isolando-os e mantendo-os em baixas temperaturas para que sua integridade permaneça inalterada por tempo indeterminado.

O procedimento deve ser feito antes do tratamento de quimioterapia e consiste na coleta e congelamento dos óvulos, após uma estimulação ovariana. Dessa forma, é possível obter vários óvulos sadios de forma segura e sem interferir no tratamento oncológico. Os óvulos serão mantidos em laboratório até que o câncer tenha sido combatido e a mulher queira se tornar mãe. Nos homens, é feita a coleta e criopreservação dos espermatozoides.

As taxas de sucesso são muito boas, com uma sobrevivência dos óvulos congelados de cerca de 90% e índices de gravidez em torno de 50%, em pacientes com idade até 35 anos, sendo que esses resultados são praticamente os mesmos obtidos com óvulos não congelados. A mesma técnica também pode ser aplicada em pacientes que passarão por algum tipo de cirurgia mutiladora na região da pelve, tal como a endometriose. Pode ser utilizada ainda em mulheres portadoras de doenças autoimunes, por exemplo, lúpus, que serão submetidas a tratamento com medicações que podem comprometer a reserva ovariana. Por fim, vem sendo aplicada com sucesso em mulheres solteiras que desejam adiar a gravidez para depois dos 35 anos. Nesse caso, a vitrificação é uma opção a ser considerada porque, após essa idade, a quantidade e qualidade dos óvulos ficam reduzidas e aumentam as chances de o bebê nascer com problemas, como a síndrome de Down.

É preciso esclarecer os médicos de todas as áreas sobre a segurança do método, levando informações sobre sua disponibilidade e importância. Muitos especialistas não sabem que é possível preservar a fertilidade, mesmo depois de um câncer, e, por isso, não alertam os pacientes. Assim, muitas mulheres e homens perdem a chance de se tornar pais por desconhecerem os tratamentos alternativos.